De 2007 para cá, Caxias do Sul perdeu os serviços de quatro centros de remoção e depósito (CRD) credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). Há seis anos, quando a frota da cidade tinha 83,5 mil veículos a menos, cinco guinchos faziam o trabalho na cidade.
Hoje, apenas um estabelecimento é encarregado de recolher carros, motos e caminhões envolvidos em infrações de trânsito, em acidentes com lesões corporais, em crimes no qual a autoridade julgue necessário ter o veículo à disposição para investigações ou que tenham sido recuperados de furto ou roubo.
Segunda maior cidade do Estado e dona da segunda maior frota gaúcha, com 273.238 veículos em circulação (4,83% do total no Rio Grande do Sul), Caxias do Sul tem menos CRDs trabalhando do que cidades como Vacaria e Santa Maria, por exemplo, que contam com dois e três CRDs respectivamente, e que têm frota muito menor.
O reflexo da falta de mais centros é percebida mais diretamente por quem trabalha com trânsito. Embora garanta que as operações de fiscalização de trânsito em Caxias até agora não foram inviabilizadas, o diretor da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Carlos Roberto Noll, afirma que a situação é preocupante. Ele alega que já contatou o Detran inúmeras vezes durante o ano passado para pedir urgência no credenciamento de mais um CRD.
De acordo com Noll, a principal consequência da falta de guinchos conveniados é o tempo de espera para a remoção dos veículos. Uma fonte ouvida pelo Pioneiro informou que há casos em que o serviço chega ao local mais de uma hora e meia depois do solicitado, devido à grande demanda.
- Com relação às blitze, nós informamos o Detran com alguma antecedência e eles contatam com o CRD, que reserva os guinchos para nos apoiar. Assim, não precisamos ficar esperando para recolher o carro com irregularidade - afirma Noll.
O único centro de remoção e depósito em funcionamento em Caxias do Sul opera credenciado ao Detran desde 2002. Conforme o proprietário, Charles Dambroz, o grande problema de se ter apenas um estabelecimento trabalhando é a questão do espaço. O atual pátio do guincho, com cerca de 10 mil metros quadrados, está praticamente lotado. No local, entre motos, carros e caminhões, estão depositados 1,1 mil veículos.
Apesar de afirmar que está conseguindo atender a praticamente 100% dos pedidos do Detran, Dambroz afirma que está na expectativa para que outro CRD passe a operar na cidade, aliviando um pouco da demanda sobre a empresa.
- Não há condições de manter um serviço em nível adequado em Caxias do Sul trabalhando sozinho - afirma.
O diretor técnico do Detran, Ildo Mario Szinvelski, concorda que Caxias precisa, sim, de mais CRDs trabalhando. E acrescenta que o departamento está batalhando para conseguir novos credenciados. No dia 8 de agosto, o Detran publicou a portaria 298/2013 pedindo dois centros de remoção e depósito para a cidade. Não houve interessados. No dia 11 de outubro, como a primeira aberta de vaga resultou inexitosa, o órgão publicou a portaria 406/2013, abrindo uma vaga.
Szinvelski confirmou ao Pioneiro que um guincho candidatou-se nesta última seleção e a expectativa é de que em fevereiro uma nova empresa já tenha se juntado ao Guinchos Dambroz.
Conforme o diretor técnico, para atender o serviço com a celeridade adequada, o ideal seria que Caxias tivesse três CRDs operando. Szinvelski, entretanto, não quis informar se e quando haveria a publicação de mais uma portaria para a contratação do terceiro centro de remoção.
Confira reportagem completa sobre o assunto no Pioneiro desta quarta-feira.