A morte do comerciante Otávio Bonatto, 64 anos, no último dia 19 de setembro, reacendeu o debate sobre a insegurança no bairro Pio X, em Caxias. Otávio morreu durante assalto na borracharia Bonattec, da qual era dono, na Rua Balduíno D'arrigo. Foi a sétima morte por latrocínio no bairro desde 2004.
Moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais da região afirmam que os assaltos no Pio X são constantes. O dono da fruteira Ponto Sete, Pedro Arnhold, 54 anos, já foi vítima 15 vezes em cinco anos. O comércio fica na esquina das ruas Balduíno D'arrigo e Moreira César, mas as atividades podem não perdurar mais por tanto tempo. Arnhold planeja fechar o estabelecimento no fim do ano, para garantir mais segurança.
- Às vezes ficamos nos martirizando e deveríamos ser mais radicais. Nunca presenciei, desde 1983, quando vim para Caxias, tanto desleixo e tanta sem-vergonhice para roubar - afirma o comerciante que disse ter pensar na possibilidade há dois anos.
Angela Glaucenir Viana, 34 anos, possui um salão de beleza na Rua Balduíno D'arrigo. Até cerca de duas semanas, o espaço funcionava na Rua Generoso Maynardo Cardoso, paralela à rua atual. Ela mudou-se para a sala, na esquina com a Rua José Eberle, após duas clientes serem roubadas na rua. O novo espaço, acredita, permite observar a movimentação no entorno.
- Já pensei em fechar, já pensei em deixar só para clientes específicos, mas optei por vir para um ponto estratégico. Desde que ocorreu a morte do Otávio, quando alguém vê algo estranho, já avisa os vizinhos. Normalmente não se percebe o fluxo da polícia - relata Angela, que atende apenas com a porta trancada.
Embora o número de crimes ainda seja elevado o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) major Jorge Émerson Ribas, afirma que houve diminuição de ocorrências após a implantação do policiamento comunitário, em março de 2012. Além disso, o monitoramento por câmeras ocorre apenas nos acessos ao bairro e ampliação dependeria de maior efetivo.
- O bairro é extenso e muitas vezes as pessoas só lembram do policiamento comunitário quando veem a viatura. Desde o início (o trabalho) ocorre da mesma maneira - garante.
Leia a reportagem completa no Pioneiro deste final de semana.
Criminalidade histórica
Moradores e trabalhadores do bairro Pio X, em Caxias, reclamam da falta de segurança
Latrocínio do comerciante Otávio Bonatto foi o sétimo crime do tipo no bairro desde 2004
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