Diretor-presidente da Codeca, Valter Webber entende que Caxias do Sul evoluiu no tratamento de lixo, mas precisa avançar mais para reduzir o envio de resíduos seletivos para o aterro sanitário Rincão das Flores.
A companhia aposta na pesquisa de tecnologias para qualificar o tratamento de lixo. Em um futuro próximo, por exemplo, a cidade poderia contar com sistemas que permitiriam a separação de praticamente todo o material reciclável.
Hoje, o mercado disponibiliza equipamentos que facilitam a classificação por meios de jatos de ar ou até mesmo a triagem diretamente nos caminhões coletores. Contudo, esses investimentos são caros e carecem de testes.
- Não adiantar gastar milhões em uma novidade que pode não ser ideal para a nossa cidade. Alguns municípios fizeram investimentos de peso que não deram certo - pondera Webber.
Nesta quinta-feira, Webber e o prefeito Alceu Barbosa Velho viajam para a Coreia do Sul a convite de empresas que desenvolvem projetos de geração de energia a partir de resíduos. A agenda inclui visita a uma usina modelo que gera energia a partir do lixo na cidade de Guri. O objetivo é conhecer iniciativas que possam ser aplicadas na Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Rincão das Flores.
Enquanto o município busca alternativas, alguns cidadãos cumprem com o dever básico. As famílias do conjunto habitacional Campos da Serra IV executam diariamente uma tarefa que deveria ser copiada por todos os condomínios. Lá, a separação de lixo orgânico e material seletivo é um princípio básico de convivência.
A medida se faz necessária porque são 120 famílias produzindo resíduos 24 horas por dia. Os apartamentos foram inaugurados em maio em um loteamento no bairro São Luiz da 6ª Légua, região do Cruzeiro. Antes de as famílias ingressarem nas residências, ficou estabelecido de que haveria a separação de papel, plástico, metal, isopor e outros materiais. A ideia foi debatida previamente com a Secretaria da Habitação, responsável pelo projeto de construção do loteamento.
Parece pouco, mas foi uma mudança significativa na rotina uma vez que boa parte das famílias não tinha costume de separar o material seletivo. Para alcançar os objetivos, os moradores concordaram em comprar dois contêineres para lixo orgânico e três contêineres para o seletivo. O investimento de R$ 6 mil está sendo diluído na taxa do condomínio.
- Tentamos trazer para a frente do prédio os contêineres da Codeca, mas isso não seria possível. Então decidimos adquirir as caixas de lixo por conta própria - explica o síndico Diego Soares, 33.
Coleta seletiva
Codeca aposta em pesquisas para qualificar o tratamento de lixo em Caxias do Sul
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