Caxias amanheceu tranquila neste sábado, dia seguinte à manifestação que reuniu 25 mil pessoas em caminhadas pelas ruas centrais da cidade. Alguns comerciantes, no entanto, começavam a contabilizar prejuízos e arrumar portões e vitrines atingidas por um grupo de vândalos, que iniciaram a depredação pela prefeitura, por volta das 20h30min de sexta.
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Desde as 8h, Jone Machado, 42 anos, trabalhava na arrumação dos 26 vidros quebrados no acesso principal do Centro Administrativo municipal. Enquanto varria cacos, reclamava da ação dos baderneiros:
- Se o protesto fosse todo pacífico seria muito legal.
Na prefeitura também estavam três funcionários do Instituto Geral de Perícias (IGP). O papiloscopista Jorge Luiz Nicoletti explicou que o trio buscava indícios de vandalismo que serão incluídos no laudo policial, para instruir o inquérito. Disse que se trata de um procedimento normal, por se tratar de patrimônio público. Segundo ele, foram encontrados mastros retirados das bandeiras e hastes de granada na grama. As impressões do IGP serão encaminhadas à Polícia Civil.
O secretário municipal de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo, passou no prédio para verificar os estragos logo cedo. Quem também tratou de arrumar a loja foi Gilson Kayser, proprietário de joalheria homônima na esquina das ruas Sinimbu e Marquês do Herval, que encerrou as atividades na sexta às 16h30min.
Durante o protesto, a loja teve a porta arrancada e a vitrine quebrada, com mercadorias saqueadas. O prejuízo ainda não foi contabilizado.
- O problema só não foi maior porque a Brigada Militar agiu no momento certo - destaca Kayser.
Ao lado da loja, vidros do Banco do Brasil permaneciam quebrados e, nas lojas do Centro, era possível encontrar papelões improvisados nas vitrines, mas os cacos já haviam sido retirados na maioria dos casos.
O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul, Valter Webber, explicou que a equipe de varrição da madrugada encarregou-se de deixar a cidade limpa. Durante o protesto, a Codeca retirou 90 contêineres (de lixo orgânico e seletivo) do trajeto por onde os manifestantes iriam passar, deixando as caixas somente na travessas.
Desses, três foram queimados - na Rua Sinimbu, Os 18 do Forte esquina com a Rua Visconde de Pelotas e na Rua General Câmara, nas proximidades da Igreja Cristo Redentor.
- Por volta da meia-noite, uma equipe de 20 a 30 pessoas já estava repondo os contêineres, para que a população não fosse prejudicada - explicou Webber.
Os banheiros químicos da Praça Dante Alighieri estavam recolocados. Além dos três deixados durante a passeata, outros 11 voltaram ao lugar.
O jovem de 24 anos, que foi atingido por uma pedra na cabeça, passou por cirurgia no Hospital Pompéia e recupera-se bem.
Protesto
No dia seguinte à manifestação em Caxias do Sul, prejudicados arrumam estragos
Prefeitura e estabelecimentos da área central foram os mais atingidos
Tríssia Ordovás Sartori
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