Caxias do Sul sediou na última quarta-feira a primeira cirurgia fetal intraútero do Estado. Graças ao procedimento inovador, um feto de seis meses portador de hérnia diafragmática tem, agora, até 70% de expectativa de sobrevida. Antes da cirurgia, a chance da criança resistir ao parto era zerada, uma vez que a doença impede que o bebê possa respirar.
Para realizar a operação, os médicos especialistas Cleisson Fábio Andrioli Peralta, de São Paulo e Vicente Monteggia, de Caxias do Sul, se uniram. Mãe e filho ficaram anestesiados durante o procedimento. A cirurgia foi bastante complexa: o equipamento laparoscópio, que é capaz de transmitir em vídeo as imagens de cavidades do interior do corpo, foi inserido dentro do útero da mãe e chegou ao corpo do feto por meio da boca.
Na traqueia, inseriu-se um balão de 2 milímetros. Depois de enchido com soro fisiológico, esse balão chegou a meio centímetro. A intenção é que a bola dê suporte para o feto respirar, simulando o trabalho do pulmão, até que nasça. A eficácia, no entanto, não corrige o defeito. Depois do parto, o balão será retirado do feto e ele deverá passar por outra cirurgia para reparar a doença definitivamente.
A técnica originária da Inglaterra já é conhecida no Brasil. O médico paulista Cleisson Fábio Andrioli Peralta, autoridade no assunto, capacita especialistas caxienses para que possam operar com autonomia em breve.
- A cirurgia fetal só não é feita com mais frequência porque as pessoas não têm como se deslocar aos grandes centros que operam, como São Paulo ou no exterior. Estamos levando a comunidade essa oportunidade - explica Monteggia.
Saúde
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