Mais duas hipóteses são investigadas no caso do morador de rua que teve 85% do corpo queimado, em Caxias do Sul

A Polícia Civil investiga três hipóteses no episódio envolvendo o morador de rua e papeleiro que teve 85% do corpo queimado, na noite de sexta-feira, em Caxias do Sul. Até as 11h30min deste sábado, Carlos Miguel dos Santos, 45 anos, se encontrava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Pompéia e seu quadro de saúde era gravíssimo.

Segundo a Brigada Militar, Santos estava dormindo em um barraco na esquina das ruas Isidoro Mary e Jacinto Madalozzo, no bairro Pio X, por volta das 21h40min de sexta-feira, quando se iniciaram as chamas. Ele foi socorrido por funcionários de um posto de combustível próximo e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

De acordo com o delegado do 2º Distrito Policial, Joigler Paduano, os policiais civis investigam três possíveis causas do incêndio. Uma delas, a primeira divulgada, é de que três jovens que tinham passado pelas proximidades poderiam ter ateado fogo contra o mendigo.

Outra suspeita é a de que uma mulher, que seria companheira do morador, poderia ter provocado o crime. A terceira hipótese é um eventual acidente gerado a partir de uma fogueira ou outro material inflamável.

- Testemunhas dizem que três jovens estariam próximo ao local, mas ninguém chegou a vê-los ateando fogo contra o morador. Até agora, não existe certeza de que isso tenha acontecido. Pode ser até que houve um acidente - cogita Paduano.

O delegado também verifica a possibilidade de fazer perícia na área em que ocorreu o incêndio. Para isso, aguarda retorno de uma equipe de Porto Alegre.

Como o papeleiro é bem conhecido por moradores do Pio X, na manhã deste sábado, diversas pessoas passaram pelo terreno onde estava o casebre coberto com lona e que ficou totalmente destruído.

Ao lado do barraco, restaram a carrocinha cheia de papelão e a casinha do cachorro que acompanha Santos no recolhimento de resíduos seletivos. O cão parecia desolado. Caminhava de um lado a outro e, por algumas vezes, sentava perto dos pertences de seu dono.