Há meses, homens e mulheres dormem sob uma rampa que dá acesso a salas da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Eles se acomodam com papelões e, quando têm, cobertores e restos de espuma. Às vezes há uma, duas, até cinco pessoas. O abrigo fica na divisa com o Parque dos Macaquinhos, onde passam frio e fome. É dali que saem todas as manhãs para esmolar e para onde voltam para dormir.
Odores de fezes, urina e cachaça se misturam embaixo da rampa de acesso a salas do legislativo, próximo ao estacionamento. Mais abaixo, sob o mirante na divisa com o parque, próximo à alameda da vindima, lixo acumulado revela outra moradia improvisada. É onde rapazes se protegem da chuva ou do sereno. Deitam no chão de terra e ficam praticamente ocultos pelo verde.
Um dos jovens que já se abrigou sob as rampas da Câmara é Pedro (nome fictício), 19 anos. Nascido em Caxias, viveu a infância em Imbituba (Santa Catarina). Retornou para Caxias em 2009, com duas passagens como adolescente infrator. Em Caxias, viveu com familiares e em duas casas de passagem. O histórico é de fugas, agressividade e recusa a viver em família.
Atualmente, Pedro é mais conhecido pelos colegas do dormitório vizinho à Câmara do que no endereço mencionado à Brigada Militar neste mês, quando registrou perda de documentos.
- Eu ando por aí - limita-se.
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Flagrante
Há meses, homens e mulheres passam noites sob uma rampa atrás da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
Também há quem durma embaixo de um mirante, na divisa com o Parque dos Macaquinhos. A situação acontece próximo à prefeitura
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