A força-tarefa que investiga os homicídios em Caxias do Sul esclareceu, nesta terça-feira, as circunstâncias da 97ª morte do ano na cidade. Os quatro adolescentes suspeitos de terem ateado fogo no papeleiro Carlos Miguel dos Santos, 45 anos, confessaram o ato em depoimento, acompanhados dos pais.
- Eles combinaram de se encontrar em um posto de gasolina próximo do campo do Caxias às 21h. Compraram R$2 de gasolina e, depois, seguiram para o terreno onde o papeleiro estava. Eles abriram a barraca, viram que ele estava dormindo e aproveitaram para jogar gasolina por todo o corpo, até na cabeça, e riscaram um fósforo - conta o delegado responsável pelas investigações, Joigler Paduano.
A motivação para o ato de violência, segundo o depoimento, seria uma faca. Os jovens teriam furtado do papeleiro uma faca pequena e ele prometeu dar R$ 2, caso os garotos devolvessem o material. Eles devolveram, mas Santos não teria cumprido com o prometido.
- A atitude gerou um sentimento de vingança nos menores que arquitetaram um "susto" para o papeleiro - relata Joigler.
Após serem ouvidos pela polícia, os jovens foram liberados e devem aguardar em liberdade o término das investigações. Joigler encaminhará, até esta quarta-feira, o caso para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) que dará continuidade a um Procedimento de Adolescente Infrator que, após concluído, será remetido à Justiça.
Investigação
Depoimento de adolescentes revela que morte de papeleiro em Caxias do Sul ocorreu por dívida de R$ 2
Os quatro menores foram ouvidos pela polícia nesta terça-feira
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