Lotado na Defensoria Pública da cidade, Paulo Roberto Fabris, 52 anos, é suspeito de corrupção passiva. Ele foi preso em flagrante no começo da noite de quinta-feira, supostamente por exigir até R$ 2 mil de presos para beneficiá-los em ações judiciais.
A prisão em flagrante de Fabris ocorreu na própria sede do órgão, no bairro Panazzolo, e resulta de uma investigação desenvolvida desde 23 de julho pela promotora de Justiça Sílvia Regina Becker Pinto. Detido pela Brigada Militar e autuado pela Polícia Civil, o advogado obteve liberdade provisória para se defender na Justiça e é investigado administrativamente pela Corregedoria da Defensoria Pública.
Conforme a promotora, a localização de um bilhete escrito por um preso e destinado a outro detento, durante uma investigação do Ministério Público (MP) sobre narcotráfico, levantou suspeitas sobre um defensor público receber propina de presidiários.
Com autorização judicial, o MP instalou escutas no gabinete de Fabris, na sede da Defensoria, e providenciou a quebra do sigilo fiscal e bancário do suspeito. De acordo com Sílvia, na quinta-feira, um jornalista revelou a ela que uma familiar de um preso iria ao órgão negociar pagamento de propina ao defensor. A promotora chegou até essa pessoa, que aceitou ir à Defensoria com câmera escondida.
Segundo a promotora, ela própria deu R$ 500 para a mulher entregar a Fabris. Após obterem a confirmação do pagamento, Sílvia e PMs foram à Defensoria dar voz de prisão a Fabris. Na sexta, o Pioneiro deixou mensagens no celular do defensor, para ele dar sua versão sobre o caso. Não houve retorno.
Defensor público geral do Estado, Nilton Leonel Arnecke Maria acompanha o caso de Paulo Roberto Fabris. Segundo ele, há 10 dias, uma carta anônima endereçada ao gabinete da Defensoria Pública do Estado denunciava as supostas ações corruptas do defensor público em Caxias do Sul. Desde então, a corregedoria do órgão começou a investigar os atendimentos feitos por Fabris. Entretanto, até então, nada de concreto foi obtido, conforme Nilton.
Segundo Nilton, Fabris é defensor público há 20 anos e atua em Caxias por mais da metade deste tempo. Ele prometeu despachar um substituto para a cidade.
Segurança
Defensor público é preso por corrupção em Caxias do Sul
Ele é suspeito de cobrar propina de criminosos
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