Desde 2007, o Estado anuncia melhorias para o trecho esburacado entre Caxias do Sul e o distrito de Lajeado Grande, em São Francisco Paula. São cinco anos de espera. Tempo suficiente para elaborar projetos, garantir verbas e abrir licitação.
A situação é igualmente pior para quem depende da outra ponta da rodovia, que liga Farroupilha a Bento Gonçalves. Ali, a comunidade luta pela duplicação da pista há pelo menos 20 anos. Ainda assim, só há projeções e datas incertas para acalmar momentaneamente comunidades insatisfeitas. Na prática, o Estado provou que não tem recursos.
Convencidos da incapacidade de investimentos do governo e da estagnação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), empresários e instituições civis aos poucos voltam a atenção para uma alternativa que seria afronta em outras épocas: pedágio na Rota.
A ideia é defendida há anos pelo secretário-executivo do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) da Serra, José Antônio Adamoli. O empresário caxiense Nelson Sbabo, uma das vozes contrárias à cobrança agora entende que essa é a melhor saída contra a degradação.
O presidente da Associação dos Municípios dos Campos de Cima da Serra, Erivelto Sinval Velho, também aprova. Adamoli sugere pedágio comunitário a preços acessíveis, nos moldes de Portão.
O dinheiro obtido nas cancelas seria aplicado somente na conservação da estrada. A cobrança não eximiria o Estado das obrigações de manutenção. Naturalmente, essa decisão deve partir dos municípios, das entidades empresariais, dos sindicatos, das associações.
- Não vejo capacidade orçamentária, precisamos de outras fontes. Seriam taxas baixas, o preço de uma cerveja na praia - diz o integrante do Corede.
