Dar solução aos milhares de roubos e furtos que se acumulam nas delegacias de Caxias do Sul se tornou humanamente impossível. Faltam agentes e os poucos servidores estão desmotivados assim como as vítimas da violência.
O desalento se justifica por vários motivos, entre eles, o prende e solta de criminosos, o volume de trabalho, a falta de policiais e os baixos salários. Dos 100 agentes disponíveis na Polícia Civil caxiense, pelo menos 20 estão se encaminhando para aposentadoria. Sem reposição imediata, o serviço tende a paralisar nas delegacias.
O desânimo e a descrença provocam reações diversas na comunidade. Um médico, que pediu o anonimato, tentou apurar por conta própria o furto de uma coleção de armas porque não percebeu movimentação por parte da polícia.
Ele conseguiu o nome de suspeitos, repassou aos investigadores, mas o esforço não deu em nada. Das 20 armas que sumiram de sua propriedade, uma foi apreendida com um homem em Passo Fundo. Também não deu em nada.
- O que se pode fazer? Como podemos nos defender? A quem vamos apelar? -desabafa o médico.
Levando em conta os 11.154 roubos e furtos registrados no ano passado em Caxias do Sul, cada investigador seria responsável pela elucidação de 619 casos anualmente, em média. No total, as delegacias da cidade têm 18 investigadores para apurar crimes contra o patrimônio e contra a vida, o que é muito pouco.
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Cotidiano
Impunidade e volume de trabalho desmotivam policiais e vítimas de crimes em Caxias do Sul
Cada investigador seria responsável pela apuração de mais de 600 assaltos e furtos por ano
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