O consumo de água de poços e bicas, hábito comum em Caxias, não é recomendado pela prefeitura. Segundo o farmacêutico e bioquímico Julinho Santini, a água consumida deve obedecer à Portaria 518 do Ministério da Saúde, que estabelece os procedimentos de vigilância da qualidade para consumo. O documento indica o padrão que o líquido deve ter para ser considerado potável.
- A Secretaria da Saúde não aconselha ninguém a beber se não for assim. Onde passa água da rede pública (Samae), tem que ser tomada dessa, está na lei. Não temos como garantir a qualidade desses poços e bicas, teria que montar uma estação em cada uma para fazer um tratamento igual ao do Samae. Não tem condições, técnica e financeiramente - argumenta Santini.
Segundo o coordenador, a Secretaria estuda como instalar placas de proibição de consumo para que não sejam arrancadas. Atualmente, o líquido reservado nas quatro represas em operação passa por tratamento em alguma das seis estações.
- Se são poços ou fontes de posse de alguém, o Samae não tem autoridade sobre eles. Temos controle sobre poços do interior, que perfuramos e monitoramos. Se não monitoramos, não podemos sugerir que as pessoas bebam - argumenta o engenheiro civil Paulo Boff, diretor da Divisão de Águas do Samae há três anos.
A aposentada Vilma Pellin Rigo, 61 anos, é de Antônio Prado, onde diz que é comum as pessoas beberem água de poços. Ela veio visitar a filha em Caxias, que recém teve bebê. Vilma buscou a fonte da igreja de São Pelegrino, justamente por acreditar que a água é mais saudável. Além de tomar, o líquido é usado para cozinhar.
- É bem melhor, acho que a água da torneira tem muito cloro - defende Vilma.
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Prefeitura de Caxias não recomenda consumo de água de poços e bicas
Hábito de beber o líquido não tratado pelo Samae é comum
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