
É só o começo da Série C e o Caxias já teve sua primeira crise. O técnico Luizinho Vieira não aprovou a postura do torcedor grená durante a vitória contra o Floresta-CE, por 1 a 0.
Durante o primeiro tempo, ainda com o placar zerado, a atuação não agradou. A equipe encontrou dificuldades para furar o bloqueio do adversário. Vaias e gritos de "burro" foram ouvidos no Estádio Centenário.
— É a Série C mais difícil da história. Depois de muito tempo, é o segundo ano consecutivo do Caxias dentro da competição. No ano passado, o Caxias arrancou muito mal, perdeu de 4 a 0 o primeiro jogo, que gera uma estabilidade ao longo do processo. Em cima da palavra paciência, eu não vou mudar o que eu penso sobre o conceito do jogo. Que é o quê? Que é ter paciência para poder trabalhar, de tentar. Eu, como comandante do Caxias, tenho a obrigação de poder propor o jogo — comentou Luizinho, que completou:
— Enquanto, eu estiver no comando aqui, eu não vou perder esse discernimento, porque é dessa maneira que eu entendo o futebol. Para poder fazer o gol, eu tenho que ter a bola, eu tenho que ter pós-perda, mas depois eu tenho que entender o que é que eu vou fazer com a bola. Eu não quero o torcedor aqui só para comemorar a vitória. Então, fica de fora, espera cinco minutos, como a gente estava vencendo o jogo hoje, aí entra e aplaude. Porque, ao longo do processo, desculpa, mas atrapalha os atletas. Sempre vai atrapalhar.
Nas 19 rodadas da Série C, o Caxias tem mais oito jogos como mandante. As partidas no Centenário precisam ser de força máxima para garantir uma boa pontuação e o falado "protagonismo" do treinador.
— Agora, a gente tem só mais oito jogos em casa. A tabela pelo campeonato do ano passado são nove jogos aqui, agora oito e 10 fora. A gente tem que traduzir a tabela um pouco melhor para nós. E a necessidade de poder vencer um jogo fora, mas de pontuar fora. Queria falar para o torcedor que eu fui muito cobrado também em cima da palavra protagonista. Eu sempre falei que eu não vou mudar. O meu time vai sempre tentar ser protagonista. Eu pergunto para vocês, quem foi o protagonista do jogo hoje (domingo)? Foi o Caxias ou foi o Floresta? E está certo ou está errado? A gente tem que tentar isso — disse Luizinho, que finalizou sobre times que jogam por uma bola e só se defendendo:
— Eu sempre falo para os atletas, ser egoísta no futebol. Tem treinador egoísta. Montar um modelo baixo, tentar achar uma bolinha, defender, dar chutão o tempo inteiro, isso é ser egoísta. E é ruim para os atletas também. Porque fornece poucos números para os atletas ofensivos. É um modelo que você vai ficar o tempo inteiro forçando o erro do adversário. Ou tentando. Nem sempre consegue.