
Caxias e tranquilidade não parecem ser palavras que combinam. Invariavelmente, o ambiente no Estádio Centenário está conturbado, até mesmo após uma vitória. As vaias e os gritos de "burro" da torcida durante a estreia na Série C contra o Floresta-CE não agradaram ao técnico Luizinho Vieira.
Aliás, a relação entre treinador e torcedor tem sido tumultuada desde o Campeonato Gaúcho. José Caetano Setti, vice-presidente de futebol, comentou sobre como acabar com essa instabilidade de vaias e críticas de Luizinho com os Grenás.
— Ganhando os jogos. Não tem, não adianta. O Caxias está nessa batida, (as vaias) atrapalham um pouco até o jogo, o jogador. Isso aí só atrapalha. Eu acho que se esperasse o fim do jogo... Eu acho que todo mundo tem o direito de se manifestar. A torcida, o treinador, eu. Isso aí faz parte do mundo da bola. Eu sabia que o jogo ia ser complicado, aconteceu tudo o que eu previ. O Caxias não encontrava os espaços, aí conseguiu o gol de "chiripa" que, para mim, valeu, 1 a 0. Três pontos. Sabemos que temos que melhorar — avaliou José Caetano Setti, que completou:
— Nós temos que ganhar jogos, nós temos que dificultar a vida do adversário, se impor, e ter personalidade para superar essas coisas. E é um grupo que tem personalidade, é um grupo que vai para o estouro. Agora, eu acho que podemos criar uma harmonia, todo mundo puxar para o mesmo lado. Saber que vai ter dificuldade, saber que a coisa não é fácil, e nós se unirmos para puxar isso aí, para que o Caxias tenha estabilidade emocional durante o jogo, para que todo mundo empurre o time.
A relação entre o técnico Luizinho Vieira e a torcida do Caxias não é das melhores. São 19 rodadas e, já na primeira, aconteceu um atrito que precisa ser resolvido.
— O negócio é ganhar. Não adianta jogar bem, como eu ouvi falar. Jogaram bem, mas levaram 3 a 0. E aí? Vai aonde? Então não adianta, eu vejo que é uma competição em que os resultados são muito difíceis de acontecer. Então, se você jogar bem e tomar três, não adiantou também. Acredito que nós temos que ter uma harmonia, uma sincronia, a torcida é a alma do clube, eu sou um torcedor, eu sei disso. Aliás, eu falo que sou profissional, mas não sou profissional não, sou só um torcedor que está tentando ajudar. Então, acho que nós temos que criar essa harmonia — comentou Setti, que finalizou:
— Se criando esse vínculo, essa troca, eu acho que o Caxias vai subir de produção. Mas não adianta, eu respeito, acho que cada um tem que se manifestar, mas nós temos que ter um controle para criar uma harmonia, um movimento de se unir, para realmente carregar o Caxias para onde ele tem que ir.