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Dizem que a esperança é a última que morre. Para os torcedores do Caxias, é a única que não morre. Com a possibilidade de acesso à sonhada Série C do Brasileirão, o jogo contra a Portuguesa, do Rio de Janeiro, fez com que torcedores se reunissem em Caxias do Sul para acompanhar a partida, disputada no Estádio Luso-Brasileiro.
Semblante de tensão, mãos inquietas e passos para todos os lados. Assim estão os grenás em bares e restaurantes nos mais diversos pontos de Caxias do Sul. Há também, quem tenha preferido ficar sozinho em casa. Cada um reage de uma forma em um monte que mistura muitos sentimentos.
- Eu viajei nas últimas três tentativas de acesso. Meus amigos me chamam de pé frio. Hoje eu fiquei aqui, em Caxias, acordei, abracei minha filha e disse que íamos subir - conta o torcedor grená, Samuel Morone.
Morone, que é reciclador, viajou para Manaus, Paraíba e Natal para acompanhar o time do coração. Três das cinco tentativas do Caxias para conseguir o acesso à Série C.
- Para mim não importa o placar, só me importa o acesso. Mas acho que vai ter gol do Eron - diz o torcedor Micael Bagattini, enquanto servia um chopp na concentração em um estabelecimento na rótula do Estádio Centenário.
Em outro bar, na Avenida Júlio de Castilhos, um torcedor falou:
- O coração está saindo pela boca. Mas minha intuição diz que esse ano vai.
Com um vinho tinto, é assim que o grená Fernando Marchetto acompanha o jogo em um telão. Para ele, nada mais “Caxias e gringo” que ver a partida com a bebida típica da Serra.

A superstição também fez com que a Alana Rodrigues ficasse em casa.
- Todos os outros jogos do acesso ou assisti no estádio ou com meus amigos. Hoje resolvi assistir em casa e, se tudo der certo, encontrar com meus amigos depois - comenta Alana.