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A festa do Caxias começou tão logo o árbitro apitou o final de partida, no Rio de Janeiro. A emoção tomou conta do criticado grupo de atletas. Cada um aproveitou o momento para desabafar pelos meses de sofrimento que viveram no Estádio Centenário, sob a desconfiança de muitos torcedores.
Confira o que alguns jogadores falaram na saída de campo, durante a festa pela vaga na Série C.
Fabian Volpi
Autor de grandes defesas durante o jogo, o goleiro Fabian Volpi foi um dos heróis do Caxias na decisão. Até o último suspiro do jogo, o camisa 1 impediu o empate da Lusa.
— Como eu falei desde o começo: a nossa equipe é madura nesse tipo de jogo. E a gente é muito fechado. O que a gente faz no dia a dia e o que a gente passa não é fácil. É um grupo muito merecedor. É dever muito esse acesso a Deus e a esse grupo maravilhoso que a gente tem. Agora é comemorar que o acesso é nosso, é do Caxias.
FERNANDO
O defensor suou sangue, literalmente. Atingido no nariz, no segundo tempo da partida, Fernando deixou gotas de sangue caírem no gramado do estádio.
— Tivemos vários motivos para não ter chegado aqui, mas com muito trabalho, chegamos. Esse grupo nunca se deixou levar pelas críticas que foram feitas, e nós merecíamos demais esse acesso. Enfim, a espera acabou. Cravamos o nome na história do clube, e hoje o Rio Grande do Sul está em festa. O Caxias está na Série C.
PENINHA
Mesmo no banco de reservas, o meia foi decisivo diante da Inter de Limeira e ajudou para a equipe chegar até a fase decisiva pelo acesso.
— O Caxias merecia há muito tempo. Esse era o grupo certo. Fizemos um jogo perfeito, e agora é aproveitar e comemorar. A torcida do Caxias merece muito. Entramos para a história.
MARCÃO
O centroavante substituiu Eron nos minutos finais da partida e manteve o time com um home de referência no ataque, até o final da partida.
— Muitos tentaram e não conseguiram, e esse grupo conseguiu com muito trabalho, dedicação e seriedade. O Caxias é isso, e buscava esse acesso há tempos, e a gente conseguiu. Dever cumprido, mas ainda quero mais. A gente vai em busca do título.
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DIRCEU
Mesmo perdendo a titularidade na fase de mata-mata, Dirceu sempre foi um dos atletas que mais incentivou o time que estava em campo.
— Hoje fomos 33 atletas em campo, e todos têm uma parcela gigante nisso. Desde a nossa apresentação, em novembro, a gente falava que o ponto forte é o grupo, é o "nós". Então, o mérito tem que ser dado a todos que participaram desde então. Aqueles que saíram, aqueles que permaneceram, aqueles que chegaram. É ímpar um momento como esse. Graças a Deus estou podendo fazer parte. E quem merece é o povo de Caxias, o torcedor que tanto sofreu nos últimos anos, mas, hoje, representados pelos que aqui estão, podendo regozijar e viver um momento como esse.
DUDU MANDAI
O lateral-esquerdo não entrou em campo, mas fez uma linda declaração sobre como foram os momentos que antecederam o feito histórico.
— O Gersinho (técnico Gerson Gusmão) foi muito feliz na palestra, falando que 142 jogadores passaram por esse momento que a gente passou hoje, e nenhum tinha conseguido o acesso, até agora. Nós somos os primeiros 33 jogadores a trazer o acesso para o Caxias. Isso é histórico. A gente está muito feliz. Individualmente, eu estou muito feliz porque tive um momento ruim, e poder estar junto com o grupo neste momento é maravilhoso. Esse grupo é perfeito. A gente trouxe a camisa de todos os jogadores que ficaram em Caxias, e agora a gente volta para comemorar junto com eles e junto com essa torcida maravilhosa esse acesso. E trabalhar, porque agora a gente vai atrás do título. A gente sabe que o objetivo principal do grupo era o acesso, ainda mais por tudo o que passou. Mas, agora, com o acesso, vamos comemorar. A gente precisa comemorar. Foi muito doído, muito sofrido desde o início. Muita gente desacreditou, mas a gente provou dentro de campo que somos capazes. Vamos comemorar hoje e amanhã. Depois, voltar aos trabalhos, porque a gente tem mais um objetivo, que é o título.
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Elyeser
A experiência de Elyeser entrou em campo nos dois jogos diante da Portuguesa-RJ, quando o volante recuperou a titularidade.
— É difícil falar nesse momento porque, como eu falei durante a semana, um torcedor me mandou uma mensagem que me tocou muito, falando que estava entalado esse acesso. São muitos anos sofrendo, não dá. A estrutura que a gente tem no clube não falta nada. O Caxias, no mínimo, tem que estar na Série B. É melhor o final das coisas do que o começo delas. E é enaltecer o nosso grupo, que não tem vaidade. Eu sempre falei que o nosso grupo é muito unido. Acho que seria injusto, com todos os grupos que passaram, esse atual não ter conseguido o acesso. Então está aí. Conseguimos o objetivo. Agora, já tem que ficar para trás. É pensar na semifinal e buscar o título da Série D. Tenho certeza que o Rio Grande do Sul está muito feliz, e a Federação Gaúcha também. Agora, o Estado vai ficar mais forte. É só um primeiro passo para, quem sabe, chegarmos na Série B o mais rápido possível, porque ano que vem é pontos corridos e espero que a gente consiga o objetivo de colocar o Caxias, o mais rápido possível, no mínimo, numa Série B.