Antes mesmo da apresentação do grupo de jogadores do Caxias para a temporada 2022, o departamento de futebol grená tem um problema para resolver: a permanência do goleiro André Lucas. O jogador e seu empresário, que haviam renovado o contrato com a expectativa de titularidade no próximo ano, foram surpreendidos com a continuidade de Marcelo Pitol no clube, o que não estava no planejamento inicial, conforme afirmou Pedro José, agente de André.
— A única pessoa que conversei foi com o presidente Paulo Cesar (Santos). Na quarta-feira (17), ouvi a notícia da renovação do Pitol e fui cobrar do presidente aquilo que havíamos combinado. Ele me jogou para esse diretor novo que chegou aí, o Renan (Mobarack), para eu resolver uma situação que havia combinado com o Paulo Cesar. Troquei algumas farpas com esse Renan e ele devolveu o caso para o presidente. Hoje é sexta-feira e ninguém havia me procurado para dar uma satisfação ou para ver o que seria feito. Pedi a rescisão na quarta-feira e eles não me responderam até hoje — afirmou o empresário, explicando a condição imposta para a sequência do goleiro no Estádio Centenário:
— Houve um acordo. O Caxias não teria motivo nenhum para renovar nas condições que eu propus. Só renovaria se o André fosse titular. Caso contrário, não renovaria. O presidente me pediu sete dias, que seria o prazo para ter uma reunião com o Pitol para poder saber se renovaria ou não. Esperei nove dias. Conversei com ele, que me deu 1000% que o Pitol não renovaria e estaria fora. Foi aí que assinamos o contrato do André Lucas.
No clube desde 2018, André nunca foi titular efetivo. A única sequência que teve foi na Copa FGF, em 2019, quando o time foi composto por jovens jogadores e remanescentes da equipe que disputou a Série D daquele ano. Em 2021, atuou apenas no jogo do Caxias contra a Portuguesa, no Canindé, pela volta da segunda fase da Série D. Após o time perder por 1 a 0 no tempo normal, com André salvando em algumas oportunidades um placar mais elástico, o grená venceu nos pênaltis.
Depois de quatro temporadas na reserva, o empresário afirma que havia possibilidade do goleiro encontrar um novo caminho em outra equipe:
— Eu tinha time para levar o André para jogar. Tinha equipes de divisões maiores para o André ser o segundo goleiro. Só assinei com o Caxias porque ele seria o primeiro goleiro para o ano que vem. Ele vai fazer 28 anos e precisa jogar.
Paulo José também deu detalhes do acordo feito com o presidente grená, que garantiria ao atleta melhora salarial com o decorrer das partidas.
— O Paulo Cesar renovou comigo com a garantia de 1000% que o André seria o titular. Fizemos no contrato alguns gatilhos, que seriam 12 jogos no Gauchão e o André teria dois bônus no salário, começaria com um, subiria com seis jogos e de novo com 12. O contrato passado não tinha multa rescisória, esse agora foi de R$ 800 mil. Isso prova que ele jogaria e que seria negociado. Para ficar na reserva, eu não renovaria. Tomei uma facada nas costas do Paulo Cesar. Ele combinou uma coisa comigo, o André foi na sala dele, eu estava em Belo Horizonte e fizemos uma vídeo-chamada, conversamos e ficou acertado isso — afirmou Pedro José, que explicou não ter problemas com o titular das últimas temporadas:
— Não tenho nada contra o Pitol. Só que com o Pitol, o André não joga. Espero que o Caxias me procure para vermos uma condição, se rescinde o contrato, se vão emprestá-lo, porque o clima azedou de vez, e azedou por culpa do Paulo Cesar, que não cumpriu a palavra dele.