O último clássico Ca-Ju aconteceu no dia 23 de julho do ano passado. Foi um jogo átipico: era uma quinta-feira, 11h, e foi o primeiro duelo entre Juventude e Caxias sem a presença de torcedores na história. Por causa da pandemia do coronavírus, a partida aconteceu no Estádio Alfredo Jaconi, sem público. 256 dias depois, quase nove meses, o cenário irá se repetir. Dessa vez, no Centenário. De lá para cá, muita coisa mudou no lado alviverde.
O Juventude venceu o último clássico e encerrou com cinco anos de jejum sem vitória contra o maior rival. Desde 2015, a equipe alviverde não vencia o principal duelo da cidade. Após mais de quatro meses de inatividade, o futebol voltou e a equipe do então estreante técnico Pintado derrotou o Caxias de Rafael Lacerda por 2 a 0. O lateral-direito Igor e atacante Breno marcaram os gols do Verdão. Os dois jogadores já não estão mais no Ju. Igor está no Coritiba e Breno no Palmeiras.
— Nós esperávamos um resultado positivo, mas foi além da expectativa. O Pintado conseguiu dar uma organização muito boa no time, os jogadores entenderam bem a proposta também. Jogaram com toda a garra e pegada, que foi o que a gente cobrou muito. Na contratação deles a gente discutia muito isso, falando das características, o motivo de estar trazendo e o que esperava deles — disse Osvaldo Pioner, vice-presidente de futebol do Juventude, após o jogo na época.
A equipe alviverde jogou o clássico Ca-Ju com: Marcelo Carné; Igor, Genílson, Augusto e Eltinho; Bochecha (Marciel), Gabriel Bispo, Renato Cajá (Gabriel Terra) e Tartá; Rafael Silva (Bruno Alves) e Breno. Desse time, somente três começaram a atual temporada de 2021 no Estádio Alfredo Jaconi: o goleiro Marcelo Carné, o lateral-esquerdo e capitão Eltinho e o volante Gustavo Bochecha. O volante João Paulo estava suspenso e não participou do clássico, mas continua no Juventude.
— Eu acho que estamos muito parecidos. No ano passado, era uma equipe nova e em formação. Estava praticamente estreando no campeonato. Agora, uma equipe nova também em formação e que não está pronta ainda. Precisa confirmar mais uma peças. Eu vejo de diferente é a sequência de jogos. Temos que pensar no jogo que vale muito dinheiro na Copa do Brasil e o clássico que vale muito no aspecto de respeito ao adversário, motivação, de afirmação para cada atleta.
Depois do Ca-Ju, o Juventude venceu o Brasil-Pel, por 1 a 0, em Lajeado. Com isso, chegou à ultima rodada do segundo turno com chances de classificação. No entanto, perdeu de virada — 3 a 2— para o Esportivo e foi eliminado do Gauchão no dia 29 de julho. 10 dias depois começou a campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.
256 dias depois
O clássico Ca-Ju será disputado novamente 256 dias depois da vitória do Juventude e da quebra do tabu de cinco anos. Com novo técnico — agora com Marquinhos Santos —, uma nova forma de jogar e um grupo de jogadores totalmente reformulado, o Verdão terá que buscar derrubar outra escrita. A última vitória contra o Caxias no Estádio Centenário foi em 2012 pela Copa FGF. Pelo Gauchão, o tempo ainda é maior: foi em 2003, na vitória por 5 a 3.
Depois de 2003, fora disputados seis clássicos pelo Gauchão na casa do Caxias. Foram dois empates e quatro vitórias do time grená. O duelo entre Caxias e Juventude no Centenário foi em 2018, 1 a 1 na primeira fase do Gauchão. Os gols foram do centroavante João Paulo para o Caxias e o meia Felipe Lima para o Ju.