Fosse uma comédia, Tim Lukas, 24 anos, seria o personagem certinho, de palavras e atitudes bem medidas e que passaria o filme a tentar uma chance com a garota mais bonita da escola. James Ricardo Miller, 23, seria o amigo desnaturado e da língua solta, responsável pelo riso fácil a cada cena. Assim são no dia a dia os dois reforços norte-americanos do Juventude FA, que chegaram para a disputa da final do Campeonato Gaúcho, dia 24 de maio, contra o Porto Alegre Pumpkins, e do Torneio Touchdown, a partir de junho.
Estereótipos à parte, os perfis de Lukas e Miller condizem com as funções que desempenham em campo. Lukas, o quarter-back, é o cérebro do time. No ataque, tudo passa por suas decisões. A Miller, o wide-receiver, cabe receber passes, correr e gingar para desmanchar as formações defensivas adversárias. Sem espaço na principal liga dos EUA, a NFL, a dupla se junta a uma série de yankees que se espalham pelo mundo para aprimorar o esporte em outras nações.
- Vir ao Brasil é uma grande oportunidade para nós, porque o esporte está em desenvolvimento no país e nós praticamos isso a vida inteira. Então vamos poder trazer nosso conhecimento e ajudar, além de viver em uma linda cidade e com ótimas pessoas. Vai ser proveitoso e divertido - anima-se Tim Lukas, oriundo da Universidade de Illinois.
Miller, que chega da Universidade de Michigan, destaca que a experiência chega acompanhada de uma grande expectativa por parte dos caxienses, cujo time não venceu na última edição do torneio nacional.
- Percebemos que os jogadores são jovens, bem como diz o nome do time, e estão muito dispostos a aprender. Mas também estão loucos para vencer, e isso é uma grande responsabilidade - considera o WR.
Com a serenidade dos que ocupam a posição de Tom Brady e Peyton Manning, o QB deixa claro que está pronto para o desafio:
- Quanto mais pressão houver, melhor. Porque a pressão significa que alguém confia que você fará algo bem feito. Temos expectativas muito altas quanto ao que podemos fazer e queremos levar isso a campo.
Bancados por investidores
A contratação de jogadores profissionais faz parte do projeto de expansão do Juventude FA. Tornou-se possível a partir da chegada de empresários caxienses que preferem não se identificar e nem revelar o quanto gastam. Mas são os principais responsáveis por fazer o sonho avançar.
- É preciso que algumas pessoas vejam o esporte como negócio, para que outras possam ver por qualquer outro viés. Temos alguns investidores que apostam nesse esporte, que está crescendo muito no Brasil, e consideram que pode se tornar algo rentável futuramente - diz o presidente do clube, Eduardo Ferrreira.
Além dos dois norte-americanos, o Juventude FA tem outros dois atletas assalariados que chegaram nesta temporada: Diego Luiz, o Diegão, e Kawan Pivatto. Os demais atletas recebem bonificações por desempenho, o popular "bicho". Com o incremento significativo, a expectativa é de uma temporada muito melhor no Torneio Touchdown.
- Nossa expectativa esse ano é fazer uma campanha positiva, o que significa ter mais vitórias do que derrotas nos sete jogos da primeira fase. Se chegarmos a quatro vitórias, devemos estar nos playoffs - projeta Eduardo.
Futebol americano
Primeiros atletas norte-americanos do Juventude FA querem fazer história em Caxias
James Ricardo Miller e Tim Lukas vão estrear na final do Campeonato Gaúcho, dia 24 de maio
GZH faz parte do The Trust Project