Dossiê Ca-Ju: dirigentes admitem que parceria público-privada é opção para viabilizar a arena

A declaração do prefeito Alceu Barbosa Velho sobre a possibilidade de ceder uma área da prefeitura para a construção de uma arena única em Caxias do Sul pode dar um novo rumo ao debate. Mesmo considerando que o ideal seria o município bancar todos os custos, como em Joinville e Chapecó, dirigentes de Caxias e Juventude admitem que uma parceria público- privada também é uma opção.

- O prefeito Alceu já deu o primeiro passo dizendo que cede uma área. Hoje, uma arena única é a melhor solução para a dupla Ca-Ju. E pode ser construída pela iniciativa privada, com parceria de uma construtora, de empresas que querem investir no negócio. A ideia é uma arena multiuso, um estádio modelo, com lojas, shopping, estacionamento e que também possa ser utilizada para shows musicais. Todos vão ganhar com isso - afirma o vice de futebol do Caxias, Washington Stecanela Cerqueira, que iniciou a discussão no ano passado quando era secretário de esportes.

O ex-centroavante e atual vereador concorda com os presidentes Nelson Rech Filho e Raimundo Demore que vender os estádios Centenário e Alfredo Jaconi só para viabilizar a obra não é o mais indicado:

- Claro que é complicado os clubes se desfazerem de seus estádios para construírem uma arena. Por isso, tem de ser uma parceria que envolva a iniciativa privada e o poder público. Se for preciso, os clubes podem dar alguma contrapartida, colocar no negócio algum imóvel, pode ser até algum terreno no entorno do estádio. Depois, quando a arena estiver pronta, aí cada um faz o que quiser com seus estádios: vende, troca, faz um CT.

Roberto Tonietto, vice-presidente do Juventude, concorda com o dirigente grená e se coloca à disposição para um debate:

- Sou um defensor da arena única em uma parceria público- privada. Acho uma bobagem termos dois estádios que jamais seriam usados no mesmo dia e horário por questões de segurança. Não tem porque manter dois grandes estádios com uma manutenção alta. A arena teria um custo único e até uma manutenção mais barata. Juventude e Caxias têm belas áreas que podem virar fonte de renda.

Opiniões dos torcedores

Bruno Stallivieri, torcedor do Caxias
- Vejo com bons olhos a ideia de uma arena única, e não precisa depender só do poder público. Uma parceria público/privada é viável. Seria um ganho muito grande para os clubes, que gastam hoje em média R$ 300 mil para manter um estádio. Mas a arena não pode ser um lugar muito afastado. Eu gostaria de dois lugares, como a área do Enxutão ou do Estádio Municipal. Outra coisa: pode ter capacidade de 15 mil pessoas no início e depois ter possibilidade de ampliação. Os clubes estão por baixo agora, essa é a realidade.

Cláudio Spigolon (Dinho), torcedor do Juventude 
- Sou contra a construção de uma arena única em Caxias do Sul, seria dinheiro jogado fora. Não teria público para encher uma arena. E também não tem como vender os dois estádios para construir um só. O que sou favorável é o Juventude colocar em prática um projeto que já existe, de botar lojas, tipo galerias de shopping no entorno do Jaconi. De acordo com o Plano Diretor da prefeitura, a área do Jaconi não permite uma construção de um empreendimento muito alto. Por isso, algumas coisas não são aprovadas.