Um clube de Série C com estrutura de time grande. A frase é citada frequentemente em apresentações de atletas e técnicos quando chegam ao Juventude. Não é novidade para ninguém que a chegada da Parmalat ao Jaconi nos anos 90 mudou também a cara do time fora de campo. Porém, mais de duas décadas se passaram e o tamanho da infraestrutura não corresponde às dificuldades enfrentadas na atualidade.
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O maior desafio é manter toda essa estrutura sem ter o suporte de um investidor ou por não estar nas duas principais divisões do futebol nacional e ter uma renda que viabilize as manutenções necessárias.
- A área que nós temos hoje no CFAC, não usamos nem 50%. Não é necessária essa área toda. O Juventude tem um patrimônio razoável nesse sentido. Posso te dizer hoje que o patrimônio líquido do Juventude, com CT e o Jaconi, ultrapassa R$ 50 milhões. É difícil precisar, mas supera isso - avalia o vice-presidente Roberto Tonietto.
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O novo centro de treinamentos, denominado Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC), com área de 29 hectares, foi construído logo após a venda da outra área, em 2008. Em um primeiro momento, foi apresentado um projeto faraônico. No papel, seis campos de futebol, ginásio, campo de areia, quadra de tênis, academia, piscina coberta e uma área que abrigaria toda a parte administrativa do departamento de futebol alviverde. Algo que superaria muitos dos clubes das Série A e B.
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Só que questões burocráticas, a falta de um planejamento adequado e até a pressa para que a obra fosse inaugurada desconstruíram o plano inicial. Segundo informações da época, R$ 25 milhões foram investidos para a construção de um miniestádio com arquibancada, quatro campos de futebol, um pavilhão coberto com duas quadras de futebol society e vestiários. O valor seria metade do que o clube obteve na venda do CT antigo para a Abiara, empresa paulista do ramo imobiliário. E apenas cerca de seis hectares foram utilizados no primeiro momento.
No cenário atual, o principal objetivo é organizar e reestruturar o que já foi feito. São gastos cerca de R$ 6 mil por mês para a manutenção do local. O clube tenta aperfeiçoar o maquinário e disponibilizar melhores condições de treinamento para suas equipes. Entre os erros mais graves está a falta de drenagem nos gramados.
- Precisaríamos de muitos investimentos lá. Melhorar a estrutura, os gramados, questões de equipamento, especialmente de tecnologia. Mas não é a hora de fazer isso, não é nossa prioridade - afirma Tonietto.
Neste ano, com a possibilidade de uma parceria forte, um novo projeto de reestruturação da área foi colocado no papel, mas sucumbiu com o restante das promessas inicias feitas pela OAS.
- Existe o projeto guardado. É um sonho que ainda gostaria de realizar. Hoje, o CT precisa de uma intervenção urgente, mas tudo envolve grana - lamenta o presidente Raimundo Demore.
Além da área do CFAC, o Juventude tem outro grande patrimônio que, da mesma forma, necessita de manutenção constante em sua infraestrutura. Em 2008, o Estádio Alfredo Jaconi, com capacidade para mais de 20 mil pessoas, passou por grande reforma, com a troca completa do gramado e a implantação de modernos sistemas de drenagem e irrigação subterrâneas. Na oportunidade, foram mais de R$ 500 mil investidos na obra.
Neste ano, com a queda precoce na Série C e o longo período sem jogos, um processo de recuperação do gramado foi iniciado e só deve ser concluído em janeiro. Foram R$ 10 mil investidos em areia, máquinas, adubo e demais materiais.
Especial
Dôssie Ca-Ju: Com poucos recursos financeiros, Juventude tem o desafio de manter a sua grande estrutura
Vice-presidente alviverde avalia patrimônio líquido do clube em R$ 50 milhões
Maurício Reolon
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