Nos últimos anos, quedas, frustrações, jovens deixando os clubes muito cedo e grupos em constante mutação. O momento vivenciado por Caxias e Juventude faz com que um dos principais pilares para a aproximação de novos torcedores fique prejudicado. Ambos não conseguem mais formar ídolos.
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No Juventude, os consecutivos rebaixamentos, reforços que não deram resultado, a necessidade de vender jovens que teriam potencial para crescer dentro do clube e a falta de um grande líder explicam o fenômeno. O principal nome que poderia ser considerado um ídolo esteve fora de campo: o técnico Lisca, que conseguiu o acesso com o clube para a Série C.
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No Caxias, o fato está diretamente relacionado com a estagnação na Série C e a ausência de títulos. Afinal, se aquele chute de Wangler, nos acréscimos da final do Gauchão de 2012 contra o Inter, tivesse entrado, não poderia ser ele um novo ídolo grená? O mesmo vale para Edenílson, Marcelo Costa, Zambi ou Wallacer, se tivessem levado o Caxias de volta à Série B.
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Sem um novo nome, cabe lembrar dos últimos dois grandes ídolos. Um chegou jovem ao Jaconi e disputou mais de 500 jogos pelo Juventude para ser nomeado o Baixinho Guerreiro. O outro, veio da Bahia e conquistou a torcida do Caxias pela qualidade e liderança. Eles são Lauro e Gil Baiano.
- Acredito que foi muito pelo fato de ter começado no clube e ter uma gratidão muito grande pelo Juventude, de ter saído e voltado duas vezes. Junto com isso, o espírito de luta que eu tinha dentro de campo. O torcedor se identificava comigo. E estar nas três conquistas foi fundamental para que tivesse o respeito dentro do clube - destaca Lauro.
- Existem alguns fatores que transformam o atleta em ídolo, entre os quais, o desempenho em campo, a conquista de títulos e a publicidade e notoriedade da honra ao vestir a camisa de um clube. Comigo, no Caxias, foi exatamente essa sequência de fatos, além de algo muito subjetivo que não sei explicar. Porém, ouço muito se falar em identificação - diz Gil Baiano.
Não existe uma fórmula pronta para que novos ídolos surjam no Centenário ou no Jaconi. Fato é que somente com conquistas e um time identificado com os clubes essas novas referências poderão reaparecer.
Especial
Dossiê Ca-Ju: A dificuldade de Caxias e Juventude formarem novos ídolos nas últimas temporadas
O papo Lauro e o grená Gil Baiano são as últimas grandes referências para os torcedores
Maurício Reolon
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