Marroquino morador de Caxias irá recepcionar 3,4 mil torcedores da Argélia, França e Nova Zelândia

Quando chegar ao Brasil para participar da Copa do Mundo, um grupo de 3,4 mil turistas vindos da Argélia, França e Nova Zelândia conhecerá parte do país guiado pelo olhar de outro estrangeiro, o marroquino Amine El Joudani, 28 anos. Morador de Caxias do Sul há dois anos, ele foi contratado pela Groupe Couleur, agência de turismo francesa especializada em eventos esportivos, que trará torcedores para o Mundial.

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Amine chegou a Caxias em janeiro de 2012. Antes disso, passou seis meses em Porto Alegre trabalhando em um hotel. A mudança para o Brasil foi motivada pela mulher, Cassandra, natural da Capital gaúcha, que mudou-se para Caxias junto com o marido. Eles se conheceram no Marrocos durante um intercâmbio que a assessora de comunicação realizou no país de Amine.

Ele será o responsável pela recepção, hospedagem e logística dos estrangeiros em cinco cidades: Belo Horizonte, Curitiba, Camboriú, Porto Alegre e Gramado. O maior grupo (2,3 mil pessoas) vem da Argélia, país vizinho ao Marrocos e que contará com a torcida de Amine, já que a seleção marroquina não participa da competição. Também haverá uma comitiva de 800 franceses e 300 neozelandeses.

- No meu país, é normal torcer para um time vizinho porque os vizinhos são sagrados. É como se fosse o time do meu próprio país - empolga-se.

Amine acha que o maior problema a ser enfrentado pelos estrangeiros é a barreira do idioma. A maior parte dos argelinos só fala francês ou árabe, e os materiais de divulgação produzidos no Brasil não contemplam essas línguas. Baseado na própria experiência, Amine acredita que os estrangeiros vão se surpreender com aspectos da cultura italiana cultivados na região e também com o frio. 

- Eu disse para trazer muitos pulôveres, porque no Sul do Brasil não é preciso trazer biquínis e sungas. E disse também que aqui na Serra Gaúcha eles vão comer a melhor comida do Brasil.

Ele está negociando com a empresa francesa para contratar agências brasileiras que cuidem de roteiros turísticos locais. No que depender dele, não poderá faltar comida campeira, visitas a museus de Porto Alegre e passeios nos cânions de Cambará do Sul.