Seja qual for a seleção que levar o título da Copa do Mundo no Brasil, o comerciante caxiense Fernando Chies, 52, vestirá a camisa. Por ora, exceção feita às de Honduras, Argélia, Bósnia e Equador, peças que ainda faltam em sua coleção, os outros 28 uniformes estão expostos desde ontem na loja de ferragens que ele administra no bairro São Pelegrino. Até o fim da Copa, o cliente que for em busca de uma panela, jogo de talheres ou qualquer outro utensílio doméstico voltará para a casa bem mais envolvido na atmosfera do Mundial.
A paixão de Fernando pelo futebol começa por seu clube de coração, o Juventude. Só do alviverde de Caxias, são 210 camisas de todas as épocas. De outros clubes e seleções, somam-se mais 150 peças à coleção em que só estão proibidas as cores da SER Caxias e da dupla Gre-Nal. Ele conta que já são três décadas colecionando os mantos de selecionados nacionais:
- Eu tinha uns 22 anos e comprei a primeira camisa na loja aqui em frente à ferragem. Era uma da Espanha, cor amarela (ao contrário da atual, vermelha). Com o tempo fui comprando mais algumas e o dono começou a trazer outras, percebeu que eu gostava. Foi assim que começou.
As camisas que faltam para completar as seleções da Copa, Fernando já encomendou. Das que já estão penduradas nos varais erguidos no interior da loja, ele diz não ter uma preferida. Esteticamente, não acha a do Brasil das mais bonitas, prefere a do Japão. E por zelo à origens, também guarda com carinho todo especial a da Itália. As últimas aquisições foram Chile, Rússia e Colômbia. Todas as outras são de edições passadas da Copa.
- Não tenho outros vícios. Parei de fumar faz bastante tempo. Meu vício é comprar camisa mesmo. Hoje até não corro mais atrás, só se fico sabendo de alguém que vai viajar para algum pais, aí peço que me traga uma. Estou deixando a coleção para o meu filho, que também é apaixonado por futebol - comenta o colecionador.
A colorida exposição já despertou a atenção da clientela logo no primeiro dia. Os fregueses olham, perguntam a que seleção pertence cada uniforme, apontam as mais bonitas. A ideia é manter as camisas dobradas nos varais, para que fiquem estendidas apenas a das equipes que jogarão a cada dia. Conforme sejam eliminadas, retiram-se as camisas como num jogo de Resta Um. Em um varal separado, no fundo da loja, a do Brasil é favorita a permanecer exposta até o dia 14 de julho. Se possível, do varal direto para a festa do hexa.
Clima de Mundial
Em loja de ferragens de Caxias, colecionador expõe camisas das seleções que irão disputar a Copa do Mundo
Para completar a coleção, faltam apenas quatro uniformes: Argélia, Bósnia, Equador e Honduras
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