Forçando a memória, Lauvir José Balestrin, 61 anos, lembra da conquista de nove Citadinos consecutivos, por diferentes equipes, o que se constitui em uma marca impressionante. E que justifica sua posição entre os principais goleiros da história do salonismo caxiense, em especial nos tempos em que o Ginásio Pedro Carneiro Pereira, o Pereirão, era o grande palco desse esporte na cidade.
Balestrin, como se tornou conhecido, começou a jogar muito jovem, na quadra da igreja do bairro Santa Catarina. Inclusive, lembra um fato curioso, ocorrido no início dos anos 70.
- A gente jogava a partir das 10h, aos domingos. Num período, o padre chegou a proibir os jogos nesse horário, pois o pessoal ia assistir e deixava a missa de lado...
Foi nessa quadra que ele acabou "descoberto" para o futsal dos principais clubes de Caxias, que atuavam em competições estaduais. O Torino foi treinar no local e um jogador dessa equipe, chamado Ireno (ele não lembra o sobrenome), o viu jogar e o convidou para integrar a equipe. A partir daí começou a acumular títulos, com a ajuda de dois grandes parceiros:
- Eu sempre jogava junto com o Lambari (Luiz Alberto Cidade) e o Dantinho (Dante Turra). Assim, a equipe já começava com uma base...
Com esses dois e mais uma série de grandes jogadores, ele integrou a Comapa, vice-campeã estadual em 1982. Foi o ano da maior alegria, mas também de uma grande frustração:
- Machuquei a mão e fui desconvocado da seleção gaúcha. Eu seria o terceiro reserva, depois do Eugênio e do Barata, mas valeria.
Entre as qualidades sob a meta, Balestrin tinha uma ótima reposição de bola. Naquela época, a pelota tinha de tocar na quadra defensiva, e ele conseguia arremessá-la cheia de veneno, municiando os homens de frente. Balestrin lembra com saudade do velho ginásio Pereirão, considerando que a demolição foi um erro. Também não gostou das mudanças na regras, pois entende que o jogo ficou muito rápido e perdeu qualidade.
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