O Esportivo carrega uma grande incógnita no Gauchão. Formado em sua maioria por jogadores vindos de times de expressão no cenário nacional, a equipe de Bento Gonçalves acumula condições de emplacar na competição se as apostas encaixarem de forma correta. Porém, a inexperiência de alguns jovens pode pesar na balança. Em busca do equilíbrio, encontra-se um técnico rodado e com ânsia por mostrar trabalho.
Emerson Ávila, 46 anos, é mineiro de Belo Horizonte e tem seu primeiro desafio no Sul do Brasil. Conhecedor do futebol do centro de país, apresenta um currículo invejável e que o credencia a conduzir o Esportivo até o objetivo traçado pela diretoria: a conquista do título do Interior, que assegura vaga na Série D.
- O campeonato em si é um desafio maior para mim. É importante saber se adaptar e extrair o melhor de cada um para ter uma equipe bem coesa, bem postada - comentou Ávila.
No grupo alviazul, jogadores como os volantes Agenor, com passagem por Ponte Preta e Atlético-GO, Vinícius, emprestado pelo Coritiba, o lateral-direito Afonso, ex-Cruzeiro e o atacante Clayton, que veio do Goiás. Grande parte dos atletas vem a custo zero, por meio de parcerias firmadas entre o diretor executivo Bruno Noventa e clubes da elite.
Nesse sistema, o Esportivo possui uma folha salarial enxuta, que gira em torno de R$ 100 mil, o que permite à direção investir pesado na comissão técnica. Ávila, por exemplo, recebe mais de R$ 25 mil. Outro integrante de renome é o preparador de goleiros Rogério Maia, ex-Caxias e Inter.
- O importante disso tudo é saber com o que se está mexendo, dar maturidade para os jovens, passar informações que eles possam adquirir de conhecimento de jogos. Os atletas mais experientes precisam passar essa experiência para os outros, é importante que deixem o grupo à vontade para jogar, sem peso nas costas - ponderou o treinador.
Entre os desafios que Ávila teve na carreira destacam-se o comando da seleção brasileira sub-17, com a qual conquistou o sulamericano em 2011, os juniores do Corinthians no ano passado, além do Cruzeiro, onde ficou por 10 anos entre categorias de base, auxiliar e técnico. Há ainda o acesso à Série A do Brasileirão em 2007 pelo Ipatinga. Com tantos profissionais renomados que já observou de perto, o técnico colheu um pouco de cada um para formar o próprio estilo.
- Trabalhei com vários: Levir Culpi, Oswaldo de Oliveira, Paulo Autuori, Cuca, Dorival Júnior, Joel Santana, PC Gusmão. É importante tirar de cada um o positivo. Cada um trabalha de uma maneira. Comecei em 1996 na base do Cruzeiro e acabei criando minha maneira, meus hábitos de tratar o grupo. Vai muito de acordo com a personalidade de cada um - analisou.
O rodado estreante
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