Um carioca, com boas lembranças de Caxias do Sul. Esse é Ney Pereira, o comandante da seleção brasileira de futsal, que estreia nesta quinta-feira, às 19h, contra o Chile, na Copa Intercontinental. Colômbia e Croácia também disputam o torneio.
Confira a galeria de fotos do primeiro treinamento da seleção brasileira em Caxias
Na sua longa trajetória, o treinador teve uma passagem marcante em Caxias do Sul. No início da Enxuta, na década de 1980, Ney deixou sua marca na principal equipe já formada na cidade.
- Começou comigo. Vim em 1986 e trouxe o Babau e o Carlos Otávio. Tinha muita gente boa daqui. Havia sido campeão pelo Bradesco, e assumiu a equipe que veio a ser vice-campeã brasileira e ganhou o Estadual. Peguei a época áurea, de casamento novo. Nós éramos supervalorizados, foi muito bom em todos os sentidos. A Enxuta era uma marca forte no futsal. Existia o carinho e o respeito do torcedor - relembra.
Ao voltar quase 30 anos no tempo, o carioca, multicampeão em, pelo menos, cinco estados brasileiros, é saudosista. Relembra o lance de Babau, que garantiu a conquista do primeiro Gauchão da Enxuta sobre o Grêmio, a sua segunda passagem pelo clube em 1989, os amigos e atletas com quem pôde conviver. Para Ney Pereira, Caxias do Sul ficou marcada na sua vida:
- Adorei morar na cidade. E olha que naquela vez não queria vir pela condição climática. Peguei neve, e das boas. Achei que fosse praticamente impossível voltar aqui.
Ney voltou. E como técnico da seleção brasileira. Nos últimos anos, o treinador estava trabalhando exclusivamente em clubes cariocas, para ficar mais próximo e cuidar da mãe. Ao ser chamado para ser o comandante na renovação do esquadrão brasileiro, decidiu encarar o desafio. E realmente se trata de um momento com aspectos muito peculiares.
A fase é de transição. A base campeã mundial trazia grandes jogadores, referências de uma geração, como os goleiros Franklin e Tiago, o fixo Neto e os alas Vinícius e Falcão, que transitam na mesma faixa etária. Dificilmente mais do que dois deles estarão no Mundial de 2016.
- Precisamos observar jovens jogadores. Revelar talentos. E essa mudança é extremamente difícil. Precisamos experimentar, fazer observações, mas sem perder o foco no resultado - afirma Ney.
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