Nos bons tempos do futsal caxiense, Hector Eduardo Betancor, o Tupamaro, 61 anos, se tornou uma figura das mais conhecidas, entrando para o folclore. Nos grandes jogos nos ginásios Pedro Carneiro Pereira, Enxutão e Vascão, em muitas oportunidades o sangue uruguaio o colocou no centro das atenções. Em meio às confusões que ocorriam, Tupa era sempre um dos primeiros a aparecer, no papel de protagonista.
De certa forma, a personalidade de Tupa tem muito a ver com o fato de que, quando jovem, ele foi pugilista. Inclusive chegou a ir para São Paulo em 1972, onde treinou uma temporada com Éder Jofre. Mas, antes de conseguir fazer a primeira luta, teve de retornar ao Uruguai, devido ao final do prazo de permanência.
A nova vinda ao Brasil ocorreu em 1974. A intenção era ir para a América do Norte ou Europa, junto com dois amigos uruguaios, que mais tarde mostraram que não eram tão amigos. Assim, depois de chegar em Caxias, acabou ficando.
O primeiro trabalho foi como pintor na empresa Alpina, na qual se tornou o massagista da equipe. Depois, atuou no América, clube amador, e em seguida passou para o Vasco, primeiro no futebol e, após, no futsal. Nessa modalidade, não foram poucas as vezes em que pegou um ou outro pelo pescoço.
- Isso sem contar as muitas vezes que joguei água na quadra para parar o jogo - conta, se divertindo, mantendo ainda na fala o sotaque da língua espanhola.
Tupa trabalhou na Enxuta, o que contribuiu para aumentar o grande círculo de amizades que possui no esporte. Assim, conhece praticamente todos os jogadores que passaram por essa equipe. Lá, estava um pouco mais calmo.
Entre 1999 e 2008, esteve no Caxias, primeiro como massagista e depois na função de segurança. Esse é o clube do coração e agradece aos então dirigentes Enio Costamilan e Vanderlei Bersaghi pela chamada.
Apesar das proezas que marcaram sua trajetória esportiva, Tupa afirma que não ficou nenhum problema com antigos adversários.
- Hoje, não tenho inimigos. Todos me cumprimentam e me querem bem - garante.
Mais detalhes na edição impressa do Pioneiro deste sábado.
Por onde anda
Tupa, o briguento que virou amigo de todos
Massagista e segurança é figura folclórica do esporte de Caxias do Sul
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