Ivo Bisol, um dos pioneiros do futsal de Caxias

É difícil encontrar um jogador ou apreciador do futsal em Caxias mais antigo que não tenha jogado ou ouvido falar da cancha do Ivo. A quadra, em um pavilhão de tijolo à vista, é uma das marcas na região do bairro Cruzeiro onde se localizava a Estação Experimental. E o proprietário, Ivo Bisol, carrega o privilégio de ter sido o primeiro (a não ser que surja alguma surpresa) empreendedor particular a investir num espaço fechado a esse esporte, há 37 anos.

O contato de Ivo, hoje com 76 anos, com o futebol e futsal ocorreu há mais 50 anos. Desde jovem, ele gostava de jogar com os amigos em times amadores. Tanto que foi um dos fundadores do EEVE, que reunia pessoas das proximidades de onde morava. Há 40 anos, ocupou uma área de suas terras para a abertura de uma quadra.

Naquele período, Ivo era muito amigo do padre Raul Accorsi, da igreja do bairro Cruzeiro. E foi o religioso quem deu a ideia de construir um pavilhão para uma quadra.

- Como eu não tinha o dinheiro necessário, o padre me emprestou 40 mil tijolos. Ele havia ganho uma herança de um tio e disse para eu pagar como podia - lembra.

O padre Accorsi, anos mais tarde, saiu da região e morreu num acidente de trânsito. Mas deixou essa marca, além de ser nome de rua a cerca de um quilômetro da construção.

O local mantém as características desde a fundação. Ivo apenas lamenta ter feito a quadra de 28x17m, muito aquém das de 20x40m modernas. Mas não imaginava a proporção que o futsal alcançaria.

Nesses anos, ele destaca a participação da família. A mulher, dona Neve Rita, esteve sempre presente, na função de cozinheira, chegando a fazer 300 pastéis por dia. Os filhos também ajudaram, sendo que hoje Flavio participa da administração.

Entre os times que lá atuaram, três dos primeiros seguem jogando até hoje: além do EEVE, o Mexa-se e o Mercantil de Tintas Ferragem Ltda. Outro bem antigo é o Corre Poco, formado por Flavio e outros garotos da região em 1980.

Ivo dá graças aos céus por jamais ter enfrentado problemas. Ele tem na disciplina um ponto chave:

- Se há alguma briga, digo que eles não precisam nem pagar. Estão fora e não voltam mais.

Mesmo com a idade e tantos anos de trabalho, ele segue firme. Todas as noites, está recebendo os times e atletas. Isso além de montar redes de proteção em todo o Estado, na empresa em que montou com o ex-jogador Gigante.

Mais detalhes na edição do final de semana do Pioneiro