Ex-presidente do Caxias com mais idade, Vigilio Battisti tem uma história que renderia um livro. Nascido na Itália, ele viveu a 2ª Guerra Mundial quando estudava no primário, sendo em algumas oportunidades forçado a deixar a sala de aula junto com os colegas em busca de um abrigo antiaéreo.
Com 11 anos, se mudou com a mãe e irmão para o Brasil, seguindo os passos do pai, que havia viajado um ano antes, vislumbrado melhores oportunidades. No início, a família ficou em Passo Fundo, se transferindo para Caxias quatro anos depois.
Os primeiros contatos com o então Flamengo ocorreram em 1955, pois Battisti passou a morar perto do estádio. Naqueles tempos, chegou até a participar de alguns treinos do time juvenil. No ano seguinte, o então presidente Clovis Antonio Sperandio o convidou para organizar a cobrança de mensalidades dos sócios. E a ligação não acabou mais.
A formação inicial na Itália, em meio à imensa escassez, mas, ao mesmo tempo, embasada na tradição milenar do país, deu a Battisti algumas características de conduta que foram importantes para toda a vida. E que serviram também nas passagens pelo clube grená.
Por exemplo, em 1968, quando, em meio a uma das costumeiras crises, foi escolhido por um grupo de conselheiros para ser o primeiro vice do presidente Gastão Oliveira. Os dirigentes mais antigos queriam fechar o futebol, mas um novo grupo se opôs e assumiu o comando.
Em 1971, foi indicado por Gastão para ser o novo presidente. Nessa época, foi um dos defensores da fusão com o Juventude, pois imaginava que a cidade, com um clube apenas, teria melhores condições de fazer frente à dupla Gre-Nal.
Como a união não deu certo, Battisti participou do grupo que formou a SER Caxias como a continuidade do Flamengo e Associação, mantendo o nome da cidade. E, sempre ligado ao futebol, deu sua contribuição ao clube até 1983, quando decidiu pendurar as chuteiras.
- Só ganhei com divulgação pessoal, experiência, relacionamento e amizades - afirma, resumindo a presença no futebol.
Nos tempos como dirigente, ele tinha como uma das marcas a cadernetinha no paletó, na qual anotava nomes de jogadores que poderiam interessar ao clube. Ele afirma que havia mais condições para negociação com os atletas, sem a extrema importância dada ao dinheiro.
Hoje com 75 anos, Battisti frequenta pouco o estádio, preferindo acompanhar de uma certa distância os acontecimentos. Como soube economizar, tem uma vida tranquila, com boa parte dos amigos no bairro São Pelegrino, onde morou durante muitos anos.
Por onde anda
Ex-presidente Vigilio Battisti, grená de diferentes fases
Nascido na Itália, dirigente aprendeu na escassez a driblar as dificuldades
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