Aos 70 anos, completados no início deste mês e festejados na noite de sexta-feira, num encontro-surpresa que reuniu inúmeras personalidades da educação física de Caxias e região, o professor Pedro Baungarten, o Pedrão, pode ser definido como um homem de múltiplos instrumentos. Foi jogador de futebol, de vôlei, técnico, dirigente e desenvolveu outras atividades. No momento, é comerciante, sendo dono da Via do Gosto, a bomboniere do UCS Cinema.
A grande ligação com o esporte tem raízes na família, pois a mulher, Joice, também é professora na UCS, igualmente no curso de Educação Física, do qual ele foi um dos primeiros mestres, ajudando inclusive a formular os currículos. E os filhos Rafael e Vinícius foram profissionais no futebol e futsal, respectivamente.
A multiplicidade de atividades de Pedrão vem da infância. Ele lembra que, a partir dos 12 anos, foi uma espécie de faz-tudo na rodoviária de Lagoa Vermelha, da qual o avô era o dono. Depois, estudou em Porto Alegre, retornou à cidade e, após servir no Exército, foi tentar a carreira como goleiro, passando por São José, Cruzeiro e Guarani de Campinas.
A chegada em Caxias do Sul foi em 1968, quando treinou nos clubes da cidade, Flamengo e Juventude. Neste último, que tinha como preparador físico Juliano Viegas, teve o primeiro empurrão para se tornar professor de educação física, no início de forma provisória e, depois, com o curso regulamentar.
Passou por algumas escolas, como Santa Catarina, Cristóvão de Mendoza e Abramo Eberle. Nesta, fez um dos trabalhos que considera mais marcantes, na década de 1990:
- Havia uma grande dificuldade para os treinos e as equipes (de vôlei e futsal) só perdiam nos jogos com outras escolas. Depois de dois anos, com muito esforço, nossos times passaram a ganhar de todo mundo. Foi um grande ensinamento para todos, pois para ganhar é preciso primeiro saber perder.
Pedrão participou da criação do Municipal de Não Filiados e foi o primeiro técnico da equipe adulta de vôlei da UCS. Também foi dirigente da base do Caxias, mas com uma característica: jamais buscou alguma vantagem para o filho Rafael, que era atleta naquele tempo.
- Teve colega dele de time que só viu que era meu filho quando fui abraçá-lo depois de um título - lembra.
Essa ética é uma marca na conduta de Pedrão. Por isso, ele se acostumou a receber abraços demorados de ex-alunos, que se surpreendem ao reencontrá-lo na universidade, agora fora dos campos e quadras.
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Professor Pedrão, mestre em diferentes áreas
Educador atuou como técnico, dirigente e em outras atividades
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