Um pouco resumido, o currículo de Fernando Rossato tem 17 páginas. Por aí se observa que a trajetória desse desportista, com 54 anos e natural de Caxias do Sul, hoje atuando na gerência de um posto de combustível, no bairro Bela Vista, é grande e cheia vitórias.
Mesmo antes de cursar Educação Física, Rossato tinha militância na área, a começar nas Forças Armadas e no judô. Neste, foi duas vezes campeão estadual dos pesados, finalizando uma decisão em cinco segundos e outra em nove. São provas de que o homem era duro na queda.
Ainda durante o curso, ele começou atuar na preparação das equipes de vôlei da UCS. Pouco depois de formado, foi indicado pelo professor Luiz César dos Santos ao então técnico da Enxuta, Barata, para trabalhar com o time que conquistou o primeiro título nacional, em 1988. Os dois já morreram, vítimas de acidentes de trânsito.
- Eu até não era muito ligado ao futsal, mas como o jogador precisa ter força, velocidade e resistência, o fundamento é o mesmo em quase todos os esportes - lembra.
Naquele tempo, a tecnologia estava longe da atual, em que uma gota de sangue indica como o atleta está e se corre risco de alguma lesão. Assim, o método adotado por Rossato não era fácil.
- Os jogadores deviam ter ódio, mas eu dizia para eles: se querem ganhar, têm que sangrar. Se a gente ganhava, era porque treinava mais. Mas no dia do pagamento todos ficavam satisfeitos. E jamais pedi para alguém fazer algo que eu mesmo não houvesse feito.
Entre os jogadores com quem trabalhou podem ser citados Paulo César Oliveira, Paulinho Sananduva, Morruga, hoje técnicos reconhecidos, mais Jorginho, Ronaldão, Choco, Manoel Tobias, Fininho, Danilo e muitos outros craques. Isso num tempo em que o futsal era bem diferente, especialmente na Enxuta.
- Hoje, o futsal é bastante individualizado. Naquela época, as jogadas dos treinos apareciam. Não sei se estávamos muito na frente ou atrás, mas se trabalhava para determinados jogadores fazerem os gols. E se chutava mais a gol, de longe.
Além de estar presente no primeiro título nacional da Enxuta, Rossato participou do último, em 1996, quando a equipe ganhou a Taça Brasil na final com o Vasco, de Caxias, e foi fechada no dia seguinte.
Depois, passou por Inter, ACBF, UCS e outros. Também foi preparador de Cláudia Martini no recorde de embaixadinhas e do atirador Jean Labatut.
Hoje, como consequência das atividades, tem um joelho, um tornozelo e um ombro "baleados", como define. Além do posto, tem se dedicado às pescarias, uma atividade bem mais tranquila.
Por Onde Anda
Rossato, um homem de múltiplos esportes e títulos
Ex-preparador e técnico atuou em várias equipes, em especial no futsal
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