Domingo, nos segundos seguintes do apito final do árbitro Francisco Silva Neto, na partida em que o Juventude bateu o Brasil-Pe por 1 a 0, o técnico Lisca disparou em velocidade da casamata, ultrapassou jogadores de verde e vermelho e chegou ao alambrado do lado oposto, na diagonal do estádio, onde estavam cerca de 100 torcedores do Juventude.
O treinador bateu no braço direito várias vezes, gritou, beijou o escudo do clube na camisa e só depois chegaram os jogadores.
- Ali foi o momento de chamar a torcida para o nosso lado, de resgatar essa paixão. Não ganhamos nada ainda, precisamos passar pelo Metropolitano, mas chegamos com moral. Ah, já valeu a pena, sim. Quando eu vim para cá, me chamaram de maluco. "O que tu vai fazer lá?", me questionaram. O Juventude me abriu as portas e eu vim acreditando - disse o treinador, extasiado pela grande vitória no caldeirão xavante.
Bressan abraçou Lisca, que abraçou Zulu, que abraçou Alan. Todos se abraçaram. Alguns choraram, outros riram. O Juventude não é mais aquele time sem ambição de Luiz Carlos Martins. Não é mais aquele time sem jogadas ensaiadas, sem toque de bola, sem padrão, sem nada. O Ju renasceu como o goleador do time.
- Centroavante vive de gols. Essa é a resposta que eu posso dar aos que não gostam de mim. O Alecsandro, do Vasco, responde com gols. Pensei muito nisso e é assim que estou fazendo - afirmou Zulu, dois gols nos últimos dois jogos.
Juventude
Lisca desabafa após vitória decisiva em Pelotas: "quando eu vim pra cá, me chamaram de maluco"
Jogadores misturaram risos e lágrimas após a partida
Adão Júnior
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