Se dependesse de lideranças de pelo menos quatro entidades representativas caxienses, o texto da reforma da Previdência apresentado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, à Câmara dos Deputados, não seria aprovado na íntegra. Os dirigentes defendem mudanças e um amplo debate sobre o tema.
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Entre os pontos mais questionados e polêmicos está o da idade mínima – 65 anos para homens e de 62 para mulheres ao final de um período de transição de 12 anos. Para o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, Ivanir Gasparin, se aprovada a reforma, a sociedade como um todo terá que ter uma mudança de mentalidade. Segundo ele, as empresas não poderiam dispensar o funcionário com o limite de idade de 60 anos. Caso contrário, lembra, ele terá dificuldade para sobreviver até os 65 (idade mínima).
A reforma da Previdência abrange os trabalhadores do setor privado, que estão no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e os servidores públicos.
A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), Silvana Piroli, diz que o texto asfixia a luta das mulheres. Segundo ela, não dá para imaginar uma professora de 60 anos dando aula para 35 crianças.
O secretário de Previdência do governo federal, Leonardo Rolim, afirmou, ontem, que, numa projeção conservadora, a reforma teria um impacto fiscal de R$ 10 bilhões já em 2019 e de R$ 20 bilhões a partir do ano que vem.
Rolim disse ainda que não há tempo para fazer uma transição “demorada”. A proposta do governo prevê transição de 12 anos.
— Se tivéssemos feito reforma na década de 1990, o Brasil seria outro e a transição poderia ser mais suave. O Brasil envelhece rápido. Estamos envelhecendo em 50 anos o que a Europa envelheceu em 100. E nós perdemos boa parte desse tempo — disse.
O secretário adjunto de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que tem a expectativa de que a reforma seja aprovada até o fim do primeiro semestre.
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