A colheita da principal fruta da Serra já começou em alguns poucos pontos da região. O período de vindima teve início na última semana e ocorre especialmente nas áreas mais baixas, próximas de rios, contemplando variedades de uva precoces. Apesar de ainda ser pouco significativo, o volume colhido revela um dado animador: a expectativa de qualidade alta – surgida em função das condições climáticas – vem se confirmando.
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O distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, é uma das localidades em que a vindima já deu as caras. Na propriedade de Gilmar Sikorski, 42 anos, cerca de 3 mil quilos da variedade vênus foram colhidos desde terça-feira passada. A projeção do agricultor é somar, até o final da safra, 180 mil quilos em oito hectares de produção.
– No mês que vem (dezembro), devemos começar a colheita da niágara – acredita Sikorski, que é associado da Cooperativa Nova Aliança e conta com a ajuda da esposa Adriane, 38, para cuidar das videiras.
O forte da safra da uva, destaca Olir Schiavenin, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, se verifica a partir da última semana de janeiro. Os volumes que estão sendo colhidos agora, ressalta, ainda representam pouca expressão para a totalidade:
– A indústria ainda não começou a fazer a vinificação. No final de janeiro, a vindima começa a ser intensificada com a colheita da variedade bordô. Em março, é a vez da isabel – informa Schiavenin.
Para essa safra, a expectativa é que sejam colhidas 685 mil toneladas de uva, informa Enio Ângelo Todeschini, engenheiro agrônomo da Emater regional. O número é considerado "dentro da média".
Na última safra, apenas 304 mil toneladas foram contabilizadas, já que uma série de fatores climáticos gerou uma quebra de 65% em relação à temporada anterior, que foi a maior da história (com 855 mil toneladas). Se a projeção for confirmada, a alta desta safra em relação à última será de 125%.
Vinhais com qualidade "jamais vista", analisa engenheiro agrônomo
A "ajuda" do clima neste ano vem animando os produtores de uva da região. O número expressivo de horas de frio (superior a 600 horas) foi um dos fatores que contribuíram para que a qualidade desta safra seja uma das melhores já registradas:
– Os vinhais estão com uma sanidade exuberante, jamais vista. Inexiste sintomas de míldio (chamada "mufa", que é afastada em função de condições climáticas como frio constante, baixa umidade, insolação frequente e ventos constantes). Seguindo o clima dessa forma, a sanidade da fruta também será ótima – analisa Enio Ângelo Todeschini, engenheiro agrônomo da Emater regional.
O calibre (tamanho) das frutas, segundo o engenheiro agrônomo, deve ser um pouco abaixo da média, como efeito das constantes friagens. Todeschini relata ainda que as variedades tintas estão com carga acima da média, enquanto as brancas estão abaixo da média.
Vindima
Colheita da uva começa em alguns pontos da Serra
Apesar de ainda ser pouco significativo, volume colhido revela que a expectativa de qualidade alta vem se confirmando
Ana Demoliner
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