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Qualificação não é uma questão de opção para o setor agropecuário. Produzir mais, com qualidade e a custos racionalizados desafiam produtores a aplicarem as tecnologias avançadas, a profissionalizarem a gestão e a buscarem a excelência em todas as etapas de produção. A adoção de critérios rigorosos abrange desde a busca por matérias-primas, passando pelo manejo correto, até conhecimentos de marketing e comercialização. Custos de transporte, hospedagem, falta de tempo e a distância das propriedades até os centros urbanos, onde se concentram as universidades, dificultam a educação formal, ao mesmo tempo em que abrem espaço para a modalidade à distância.
Estudar pela internet é uma modalidade que vem crescendo de forma significativa no Brasil e não apenas na área rural. Para se ter uma ideia, o número de alunos matriculados na modalidade EaD na graduação cresceu 44% de 2010 a 2014, passando de 930 mil para 1,340 milhão alunos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação. Para atender a essa demanda e explorar um novo nicho de mercado, empresas e associações vêm investindo no ensino à distância voltado ao agronegócio, seja por meio de cursos, workshops ou eventos.
O 1º Congresso Brasileiro Online de Agricultura começa no próximo domingo e é promovido pelo Portal Ciência do Solo, plataforma de educação à distância voltada ao setor produtivo. Durante uma semana, moradores de diversas cidades brasileiras poderão assistir, ao mesmo tempo, 33 palestras, em que serão apresentados temas como economia, tecnologia, sustentabilidade, manejo e inovação.
Luiz Tadeu Jordão, engenheiro agrônomo e diretor de pesquisa e desenvolvimento do Portal Ciência do Solo, explica que o objetivo é tornar a informação acessível para o maior número de pessoas.
- Ao realizar ações como um dia de campo, percebemos que havia interesse no conhecimento, mas que a grande barreira era a distância. Então, por que não levar e utilizar a tecnologia para disseminar o conhecimento? - questiona Jordão, que está fazendo doutorado nos Estados Unidos.
Em duas semanas, 15 mil pessoas já se inscreveram para participar do evento, que é gratuito e tem vagas limitadas. As escolhas de temas e horários consideraram a realidade do produtor, que não pode parar todo o trabalho para assistir às explanações dos especialistas. De acordo com Jordão, a grade das palestras foi planejada para começar mais tarde para que o agricultor pudesse aproveitar o conteúdo, sem perder um dia inteiro de trabalho.
- Aqui nos Estados Unidos é comum esse tipo de evento, pois há uma diminuição nos custos e basta que a pessoa tenha internet para ter acesso - explica Jordão, destacando que, após o resultado desta primeira edição, deverão ser promovidos outros cursos com esses mesmos moldes.
Graduação à distância
O lançamento de cursos de graduação voltados ao agronegócio por instituições representativas do setor demonstra o quanto a demanda ainda é reprimida.
A Faculdade CNA é um exemplo, e passa agora a oferecer também cursos a distância, sob a chancela da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e apoio técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
São cinco cursos do Programa de Extensão Gestão de Pessoas no Setor Rural, com abertura das inscrições previstas para 15 de agosto. A carga horária por curso é de 30 horas e o aluno terá 45 dias para conclusão. As aulas contarão com recursos multimídia, chats de atendimento e suporte com tutorial e monitoria.
A coordenadora da educação a distância da instituição, Dyovanna Depolo, explica que o programa foi motivado para possibilitar o acesso a todos os interessados no país, além da rapidez em concluir o curso.
Já a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100) criou a Universidade Brasileira do Leite. O projeto disponibilizará cursos modulares à distância, de duração máxima de 36 horas, para capacitar profissionais da indústria de laticínios em temas relativos às atividades do campo. As aulas serão ministradas por especialistas, com duração entre 30 e 40 dias, com três ou quatro aulas ao vivo, e duas horas de duração, aos sábados.
Segundo o diretor executivo do G100, Wilson Massote, o acesso à tecnologia e a facilidade de aquisição de computadores pessoais e conexão à internet propicia que produtores, empresários e estudantes façam treinamentos e reciclagens à distância.
Informações:
Congresso Brasileiro Online de Agricultura
cboa.com.br
Faculdade CNA
faculdadecna.com.br/ead/
Universidade Brasileira do Leite
g100.org.br