Caixa-Forte: Festa da Uva, a vitrine para alavancar nosso turismo de lazer

Uma das saídas para Caxias não sofrer tanto em tempos de crise econômica é diversificar ao máximo sua matriz produtiva. Uma cidade não pode ficar refém de um único setor, como o automotivo pesado. Quando os investimentos travam, a fragilidade aparece. E essa fragilidade ficou ainda mais evidente em 2015, quando a economia de Caxias fechou com recuo de 18,7%, sem precedentes na história, e extinguiu 14 mil postos de trabalho.

Qual a solução para mudar essa dependência? Uma delas estará bem diante dos olhos nesta quinta-feira, quando Caxias abrirá a 31ª edição da Festa da Uva. Acertou: o turismo de lazer deve ser a aposta (uma delas). Nesses tempos de dólar alto, e viagens internacionais impeditivas, o passeio doméstico ganha cada vez mais projeção. O brasileiro viaja, sim, com ou sem crise. Pode viajar menos, mas o descanso é merecido. E o quintal da sua casa é uma boa estratégia.

Por que não visitar Caxias do Sul, principal município da Serra gaúcha? Não podemos mais ser apenas cidade-dormitório de Gramado e Bento Gonçalves. Temos nossa própria essência, identidade, atrativos, festa. Porém, precisamos trabalhar unidos pelo turismo de lazer. Ele é uma engrenagem. Se algo falhar, ele falha. Precisamos nos portar como uma cidade turística. Nesses 18 dias, não convém que os restaurantes fechem cedo, ou comecem a juntar as mesas e as cadeiras quando ainda há público. Estiquem o horário do jantar (e do almoço, se for o caso), recompensem as equipes, paguem horas-extras.

Façamos da nossa festa maior a grande vitrine para um novo tempo de Caxias. Somos os relações públicas da nossa própria história. Turistas, venham, serão recebidos de braços abertos por hotéis, restaurantes, vinícolas, lojistas, atendentes, por todos. Depois, propaguem e voltem. Sempre.