Depois de um ano que começou e terminou desacelerado, são as grandes as expectativas dos caxienses para 2016. A esperança é recuperar ao menos parte dos prejuízos de 2015, como os mais de 10 mil postos de trabalho fechados e os cerca de 20% de baixa no faturamento da economia. Infelizmente, porém, especialistas apontam que os sinais do mercado não indicam melhoras para o curto prazo: o caxiense vai ter que "sobreviver" nesse cenário por mais um tempo.
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As questões políticas, que envolvem indefinições no rumo econômico do país, além das denúncias de corrupção, aparecem como o fator que mais emperra a retomada. Carlos Zignani, diretor da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, avalia que as expectativas, ao menos para o primeiro trimestre, são consideradas "baixíssimas", já que a confiança vem passando longe dos compradores da indústria.
- Todo mundo está segurando os investimentos porque está com medo do que pode acontecer. 2016 se desenha como 2015: um ano de manutenção do negócio - avalia.
O rebaixamento da nota do Brasil atribuída por agências de classificação de risco é outro complicador da recuperação. A Fitch e a Standard & Poor's retiraram o status de "bom pagador" do país, reforçando assim as projeções de um 2016 ainda com retração.
- A incerteza política continua presente e é muito difícil fazer ajuste fiscal no meio de uma recessão. O quadro internacional também não ajuda, já que o mundo está crescendo menos do que no período pré-crise de 2008 - avalia Fernando Sampaio, diretor de macroeconomia da consultoria LCA.
Embora não preveja crescimento, Getulio Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), projeta um 2016 menos arrasador que o antecessor para o setor metalmecânico, principal motor da economia da cidade.O dirigente avalia que o mercado está mais preparado e maduro para o cenário desafiador:
- Penso que o fundo do poço já chegou. Começamos 2016 um pouco melhor do que começamos 2015.
Alguns especialistas são um pouco mais otimistas nas projeções. Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que esteve recentemente em Caxias, acredita em uma mudança certa ainda para este ano:
- Tenho convicção que, ainda em 2016, veremos o início da recuperação da economia brasileira.
Para o empresário, os três primeiros trimestres de 2016 apresentarão crescimento ou quedas pouco expressivas. No quarto trimestre, porém, Moan avalia que os índices começarão a melhorar.
- Provavelmente fecharemos o ano que vem com alguma queda, já que boa parte do ano será de dificuldades, mas o importante é a tendência, que será bem melhor -acredita.
Economia
Projeções 2016: sem retomada na economia de Caxias no curto prazo
Depois de um 2015 difícil, economia começa 2016 em clima de incertezas
Ana Demoliner
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