- Tenho convicção de que, ainda em 2016, veremos o início da recuperação da economia brasileira.
Foi com essa perspectiva otimista que Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), encerrou a palestra que ministrou em Caxias nesta sexta-feira. Ele esteve na cidade para participar do seminário Perspectivas Econômicas para 2016, realizado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) e que contou ainda com a presença de painelistas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico.
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Para Moan, os três primeiros trimestres de 2016 serão estáveis, ou seja, sem crescimento ou com quedas pouco expressivas. No quarto trimestre, porém, os índices devem começar a melhorar.
- Provavelmente fecharemos o ano que vem com alguma queda, já que boa parte do ano será de dificuldades, mas o importante é a tendência, que será bem melhor - acredita.
Já para o fechamento deste ano, não há mais o que fazer: segundo o dirigente, a produção nos setores de veículos automotores caiu "pelo menos 1/3" em 2015. A baixa, analisa, iniciou ainda em 2013, quando milhares de pessoas protestaram contra o governo em várias cidades brasileiras:
- Nós nos deixamos contaminar por uma crise de pessimismo. Os problemas políticas não podem interferir no clima de confiança da população e direcionar a economia.
Nesse sentido, um dos fatores que mais trava o desenvolvimento do Brasil, aponta Moan, é a falta de previsibilidade. As incertezas que a política traz para a economia, como mudanças constantes em questões tributárias e de financiamento, freiam o crescimento do setor produtivo.
- As empresas brasileiras sabem trabalhar bem, mas precisamos de regras claras e constantes. Assim, saberemos planejar melhor a produção, o que é determinante - ensina.
O dirigente também ressaltou que o negócio automotivo tem muito mercado para crescer no Brasil. Segundo ele, há no país um veículo para cada 5 habitantes, enquanto na Argentina esse índice é de 2,8 pessoas para cada veículo. O espaço para crescer, destaca, são as cidades com até 500 mil habitantes. A renovação das frotas de caminhões e de ônibus antigas é outro ponto em que as perspectivas são boas, acredita Moan, já que se faz necessário pela segurança e pelo meio ambiente:
- A cadeia metalmecânica é a mais longa de todas, abrangendo até oito etapas fabris. Se nós caímos, todo mundo cai junto. É preciso que o governo entenda: quer que a economia do país cresça? Investe na cadeia automotiva, é simples.
Otimismo
Em Caxias, presidente da Anfavea projeta para 2016 início da retomada econômica
Luiz Moan aponta que próximo ano até pode encerrar com números negativos, mas melhora irá aparecer
Ana Demoliner
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