Diretores do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), do Sindicato dos Trabalhadores do setor e das duas maiores empresas da cidade, Marcopolo e Randon, tiveram encontro com dois ministros do governo Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira.
A reunião com Pepe Vargas, do Ministério das Relações Institucionais, e com Miguel Rosseto, da Secretaria-Geral da Presidência, buscava sugerir medidas para incentivar a volta do crescimento da indústria metalmecânica. Pela tarde, o grupo conseguiu ainda marcar um encontro com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, que não estava agendado previamente. Em 2014, o setor teve perdas de faturamento na casa dos 14% e fechou mais de cinco mil postos de trabalho. Grandes empresas de Caxias do Sul programam paradas na semana do Carnaval por causa da retração do mercado.
Conforme o presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, um dos principais pedidos ao governo federal foi o aumento da participação do BNDES nos projetos de financiamentos. No final do ano passado, foi anunciada a redução da participação para volumes entre 30% e 70%. Antes, a participação era de até 90%. O governo também aumentou taxas de juros e reduziu prazos de financiamento. Segundo Fonseca, a expectativa é de retomada do crescimento a partir do segundo semestre. Mas, as dificuldades para contratar financiamentos devem afetar investimentos principalmente as pequenas e médias empresas.
De acordo com o dirigente do Simecs, os ministros se mostraram preocupados com os dados apresentados pela comitiva de Caxias do Sul.
- Eles entenderam o quadro, especialmente o Pepe, que é daqui e sabe a realidade do setor. Os ministros conhecem a importância da nossa indústria no cenário nacional e prometeram fazer uma reunião para levar o assunto adiante. O que pedimos não é redução de juros, apenas a liberação do crédito, que vai beneficiar não só a gente, mas diversos segmentos - comenta Fonseca.
Economia
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