Etanol é alternativa em Caxias do Sul

Mesmo que ainda não seja vantajoso economicamente abastecer o tanque com álcool, motoristas estão preferindo o biocombustível depois do reajuste da gasolina. O taxista Luiz Evaldo Pellizzari, 59 anos, adotou o álcool no veículo flex (aceita os dois combustíveis) desde que o combustível derivado do petróleo teve o aumento em 4% autorizado pelo governo nas refinarias, no dia 29 de novembro.

- Estou abastecendo com álcool porque a gasolina subiu. Pra mim, o preço compensa. Dando cerca de R$ 1 real de diferença entre os dois está bom. Mesmo que não chegue a R$ 1 vale a pena - comenta, sobre o método que utiliza para decidir qual deles colocar no táxi.

No posto que ele frequenta, a diferença de preço entre os litros da gasolina e do etanol é de R$ 0,86.
Pellizzari recorre à estratégia de alternar os dois combustíveis desde que passou a trabalhar com veículos flex. Antes, ele tinha carro a gás natural. 
- Quando o álcool subir mais, vou para a gasolina - diz.

O etanol também está mais caro, em média de R$ 0,05. Ao contrário da gasolina, a variação de preço do álcool independe de autorização do governo. Está relacionada a fatores como períodos de entressafra da cana-de-açúcar, matéria-prima do biocombustível, e o crescimento dos custos de produção (o reajuste de 8% do diesel, definido também no dia 29, por exemplo, impacta no preço em razão da mecanização da colheita da cana). 

Apesar de comportamentos como o de Pellizzari, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis (Sindipetro Serra Gaúcha), Paulo Tonolli, diz que não houve crescimento na procura por etanol nos postos. 
- O álcool não está competitivo mesmo com os 4% de reajuste da gasolina, não ficou economicamente viável. O nosso consumidor não tem o hábito de abastecer com etanol. A venda é inexpressiva. Hoje não representa nem 3% das vendas de combustíveis na região da Serra - justifica.

Tonolli diz que nos últimos três anos o álcool está com o preço muito próximo ao da gasolina.