Trabalho de poda nos parreirais da Serra segue até setembro

A poda dos parreirais da Serra se iniciou no final de julho e segue até o início de setembro. Na última safra, foram processados 696,1 milhões de quilos de uvas no Estado, volume só menor do que a do ano anterior, quando houve um recorde de produção, 709,6 milhões de quilos. Ainda é cedo para arriscar como será a colheita de 2013, já que fatores como o clima dos próximos meses serão determinantes, mas a safra começa a se desenhar agora, com a retirada dos galhos em excesso. 

- A pode serve para equilibrar. Se não fosse a poda, se deixasse só pela natureza, a planta iria produzir um ano sim e um ano não. Ela se esgotaria tanto que precisaria de um ano de descanso. Para poder ter produção todo ano, é preciso podar - explica o engenheiro agrônomo da Emater Bento Gonçalves Gilberto Luiz Salvador.

Conforme ele, o procedimento em regiões de menor altitude como o Vale do Rio das Antas já se encaminha para o final. Já nas regiões mais altas, ainda nem começou. As variedades precoces, como a bordô, a niágara e a chardonnay, precisam de um número menor de horas de frio, por isso, são as primeiras a serem cortadas. Depois, vem as variedades médias, como merlot. As tardias (isabel, itália e cabernet sauvignon), que precisam de mais horas de frio, serão as últimas.

O agricultor Honorino Gabriel Zamboni, 72 anos, aprendeu com o pai e os avós a podar parreirais. Na propriedade em São Gotardo, Flores da Cunha, ele, a mulher Julema, 69, e dois empregados trabalham desde o dia 25 de julho para cortar e amarrar 3,25 hectares de videiras. A família produz isabel e bordô que são entregues a uma cooperativa local para produção de vinho. Zamboni conta que o peso da idade torna o trabalho cansativo, mas que a experiência também ajuda a manusear a tesoura de poda com precisão. 

- Depois que se tem a prática, é fácil. Aquela parreira que está mais magrinha tem que cortar um pouco - ensina.

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