Governo admite ampliar financiamentos do Minha Casa, Minha Vida

A valorização das moradias e dos terrenos, mais a elevação dos custos do material de construção e da mão de obra levam o governo federal a admitir que terá de reajustar os limites dos preços das unidades habitacionais voltadas ao programa Minha Casa, Minha Vida. No Estado, o valor máximo chega a R$ 130 mil na Capital, R$ 100 mil na Região Metropolitana e R$ 80 mil no Interior.

- Isso está sendo discutido, mas será para a fase 2 do programa - disse o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, presente na Capital para a abertura do Feirão da Casa Própria.

Sem adiantar percentuais nem prazo, Hereda ressaltou que as correções só devem valer após alcançada a meta de 1 milhão de moradias populares financiadas na primeira etapa, para que as construtoras não travem as contratações à espera dos novos valores. Subsídios às famílias de baixa renda também serão reavaliados para alinhar as condições à situação de mercado da época do lançamento do programa.

O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado, Hugo Scipião Ferreira Júnior, disse que, no Rio Grande do Sul, o ajuste no teto dos imóveis para quem ganha até três salários mínimos - R$ 41 mil para casas e R$ 45 mil para apartamentos - deveria ser corrigido em 18%.

- A mão de obra, por exemplo, aumentou muito, mas isso ainda não aparece nos índices utilizados na construção civil - explicou Scipião.

- Os terrenos subiram de 20% a 30% de um ano para cá - completou o presidente da entidade, Paulo Garcia.

A negociação com o governo é conduzida pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Outros pleitos são aumentar o teto do Interior para R$ 100 mil, igualar a Região Metropolitana com Porto Alegre, na casa dos R$ 130 mil, e aumentar o limite do valor dos imóveis com benefícios fiscais.

Com o financiamento batendo recordes ano a ano, os resultados preliminares do feirão superam as estimativas. Só ontem, mais de 5,5 mil pessoas visitaram o evento na Capital, e o volume de negócios fechados e encaminhados ultrapassou os R$ 159,5 milhões, com 2.153 negócios em andamento - crescimento de 78% em relação a 2009. Com o aumento da demanda por crédito imobiliário, a Caixa tem como desafio elevar as opções de origem dos recursos. Uma alternativa estudada é securitizar parte da carteira de crédito.