As obras já começaram e o cronograma da prefeitura de Bento Gonçalves prevê que, em cinco meses, o Centro Cultural Tuiuty possa abrir as portas para a comunidade. A novidade será sediada num prédio histórico, que pelo menos desde 1940 vinha servindo de subprefeitura da pequena comunidade do interior com cerca de 3,5 mil moradores. A edificação foi desativada em 2008, por conta de suas condições precárias de conservação, mas um novo capítulo na memória do espaço está previsto para começar a ser escrito em breve, e a muitas mãos. Conforme o secretário da Cultura de Bento, Evandro Soares, a ideia é que o centro cultural se encaixe num modelo de gestão compartilhada.
— Queremos que as famílias se apropriem daquele espaço, que é tão querido pela comunidade. Quando a gente traz essa questão da gestão compartilhada, é muito interessante ver o quanto a comunidade gosta, ajuda, se voluntaria para cuidar daquele patrimônio — aponta.
A reabilitação do prédio — que não pode ser chamada de restauro por não se tratar de uma obra tombada pelo patrimônio histórico — foi contemplada pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado em 2019. O investimento é de R$ 817,6 mil, sendo que 20% deste valor está captado e outros pelo menos 10% devem vir de recursos da prefeitura de Bento. Com três andares e uma área de mais de 450 metros quadrados, o centro cultural vai abrigar sala multiuso, salas de oficinas, sala de leitura e acervo, sala de treinamento, depósitos, etc. Conforme o secretário, o prédio não comporta um espaço para apresentações (nos moldes de um teatro), mas há a intenção de realizar atividades no entorno do centro cultural.
— Há um espaço atrás do prédio que pode ser utilizado para atividades culturais externas, mas são coisas que ainda vamos programar melhor ao longo do tempo — pondera.
O objetivo é que o Centro Cultural Tuiuty possa abrigar linguagens artísticas das mais diversas, mas é claro que a cultura italiana terá espaço especial por lá, principalmente por conta das características identitárias dos próprios moradores da localidade. Além de receber os grupos de dança e de canto que já atuam em Tuiuty, Soares planeja que as ações do centro cultural possam adentrar em outros setores da cultura.
— Que o espaço possa receber não necessariamente oficinas só artísticas, mas também direcionadas a conceitos que envolvem a valorização da cultura como fonte de trabalho e renda. Isso inclui gastronomia, a economia familiar, que caracterizam muito os moradores do distrito —aponta o secretário.
Outra ideia da prefeitura é incluir o Centro Cultural Tuiuty nas rotas turísticas da cidade, valorizando o endereço como um espaço de memória. Esse intuito, aliás, moveu a criação do projeto de reabilitação do prédio desde o início.
— Não faria sentido fazer todo esse resgate do prédio para simplesmente dar uma função administrativa a ele. Foi então que pensamos no centro cultural, seguindo também uma política de descentralização da cultura. A gente acredita que o fomento e o financiamento de projetos culturais são muito importantes, mas espaços culturais são fundamentais para garantir a valorização da cultura através dos tempos — argumenta Soares.
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