O nome é um tanto robusto — A Arte e seu Enleio —, mas a mostra que o Sesc de Bento Gonçalves abre nesta terça-feira (2) quer, na verdade, facilitar a reflexão sobre o abstrato universo do fazer artístico. Para isso, a curadoria foi buscar uma seleção cinematográfica que esmiúça (com diferentes linguagens) conceitos, formas e personas habitantes da criação de arte. Com cinco títulos previstos, em cartaz a partir desta terça, a mostra elege as artes plásticas, a dança, a literatura e o próprio cinema como objetos de estudo.
O título de abertura será Com Amor, Van Gogh, indicado ao Oscar de melhor animação em 2018. O longa polonês alia as técnicas do cinema de animação com a própria estética criada pelo gênio holandês (1853-1890). Ou seja, é filme de arte e sobre arte.
Outros longas que integram a mostra cinematográfica A Arte e seu Enleio analisam outros formatos artísticos. Enquanto o brasileiro Pendular e o argentino O Cidadão Ilustre utilizam narrativas ficcionais para adentrar universos da dança/escultura e literatura, respectivamente; o dinamarquês David Lynch, a Vida de um Artista e o sueco Eu Sou Ingrid Bergman elegem a montagem documental para esmiuçar os ícones do cinema que referenciam em seus títulos.
A Arte e seu Enleio contará com sessões em todas a terças de julho, sempre às 20h, no Sesc Bento Gonçalves (Av. Cândido Costa, 88). A entrada é franca e haverá debate depois de cada filme. Mais informações pelo telefone (54) 3452-6103.
PROGRAME-SE
:: Hoje, às 20h: Com amor, Van Gogh (2017), de Dorota Kobiela.
Um ano após o suicídio de Vincent Van Gogh, Armand Roulin (Douglas Booth) encontra uma carta por ele enviada ao irmão Theo, que jamais chegou ao seu destino. Desta forma, ele inicia uma investigação junto às pessoas que conheceram Van Gogh, no intuito de decifrar se ele realmente se matou.
:: Dia 9: Pendular (2017), de Julia Murat.
Em um galpão abandonado, um casal de artistas contemporâneos observa a arte, a performance e sua intimidade se misturarem. A partir de sequentes contradições, eles vão aos poucos perdendo sua capacidade de distinguir o que faz parte dos seus projetos artísticos e o que nada mais é que a relação amorosa.
:: Dia 16: David Lynch, a Vida de um Artista (2017), de Jon Nguyen e Rick Barnes.
Narra a jornada íntima que modelou o cineasta David Lynch. Desde sua criação idílica em uma pequena cidade até as ruas escuras de Filadélfia, o documentário traça os eventos principais para a formação do artista, assim como para o seu estilo cinematográfico enigmático.
:: Dia 23: O Cidadão Ilustre (2017), de Mariano Cohn.
Um escritor argentino vencedor do Prêmio Nobel, radicado há 40 anos na Europa, volta à sua terra natal para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade. No entanto, a visita desencadeará uma série de situações complicadas entre ele e o povo local.
:: Dia 30: Eu sou Ingrid Bergman (2015), de Stig Björkman.
Usando os diários íntimos de Ingrid Bergman, além das cartas enviadas às suas amigas, o documentário traça o percurso pessoal e profissional da atriz, incluindo seus diversos casamentos, a relação controversa com os filhos, o escândalo de adultério, as mudanças para os Estados Unidos, França e Inglaterra e os principais filmes.