Éramos uma animada e unida turma de catorze quase médicos, com a vantagem e o tônico da mocidade. Nossa formatura seria no final do ano seguinte e estávamos começando realizar um sonho impossível para aquelas remotas épocas: com malas e bagagens, partimos para a conquista da Europa. Por dois largos meses, hospedagem e ônibus inteiramente à disposição. E o importante: sem dinheiro no bolso, como rapazes latino-americanos, de mesadas calculadas e em permanente ritmo de poupança. Diante da admirável proeza, causamos um espanto em todos demais colegas universitários de Porto Alegre, deixando-os boquiabertos e de queixos caídos. Inacreditável, raro e absolutamente inédito, ainda por cima há cinquenta anos passados. Até nossos professores duvidavam.
Opinião
Francisco Michielin: meu Natal do outro mundo
Conto essas coisas porque foi a única ocasião em que passei o Natal fora de casa
Francisco Michielin
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