Família Bordignon, de Paraí, tem muitos padres e freiras

Embora seja comum aos residentes de Paraí ter algum familiar padre ou freira, a família Bordignon é citada como exemplo dos mais emblemáticos desse fenômeno: dos 13 irmãos do produtor rural Afonso Bordignon, 84 anos, nove são religiosos. A família vive na Linha Capoeirinha, interior do município, localidade com 35 famílias e nove padres entre elas.

- Também fui para o seminário, mas saí de lá porque não me adaptei com a comida - relata seu Afonso.

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Dos seis filhos homens de Afonso, dois tornaram-se padres, mas um desistiu da atividade. Assim como o pai, todos outros também foram para o seminário.

- Passei quatro anos lá, tinha 14 anos quando fui para Casca, foi a primeira vez que subi num ônibus. Não era fácil. Na época, era difícil de estudar, meu pai nos incentivava. Mas depois vi que não era o que queria e voltei, o pai aceitou com tranquilidade, porque também foi seminarista - afirma o produtor rural Vilmo Bordignon, 53, que tem cinco primas freiras.

- Família com padres e freiras é família boa - destaca seu Afonso.

O trabalho e a religiosidade são dois aspectos marcantes na família. Vilmo faz comentários nas missas, participa do grupo de cantos da igreja e foi catequista. Um dos motivos de orgulho é receber os sacerdotes na residência.

- Quando Dom Alessandro (Ruffinoni, bispo diocesano) visitou Paraí, veio aqui em casa. Ele era vice-diretor do meu seminário - conta Vilmo.

- E quando não tem padre aqui? - pergunta, de forma retórica, a matriarca Anastasia Pecatti Bordignon, 79, que reza o terço todas as noites com Afonso, Vilmo e a nora Graciosa, 54.