O Dia da Mulher, celebrado neste domingo, quase sempre aponta para uma reflexão sobre o papel da mulher urbana contemporânea. Do imaginário, surge uma fêmea que se esforça para conciliar maternidade e carreira no mundo corporativo, tenta cuidar do corpo da mesma forma que se dedica ao lar, precisa estar informada, saudável e na moda.
Ou seja, um pacote completo dessas super-heroínas imaginárias que, até no momento de homenagem, aparecem estereotipadas. Sim, o universo feminino é ainda mais complexo e abrangente.
Há, inclusive, um tipo de mulher que costuma ser pouco lembrado nessas datas - ao menos pelo senso comum - e, contraditoriamente, expressa a força e a capacidade de reinvenção do feminino: as que vivem na colônia.
Desde a infância, dividem-se entre os afazeres domésticos e agrícolas e, entre um trabalho e outro, administram a criação de muitos filhos - que passa longe da estatística de fecundidade do país em 2014, de 1,74 filhos, segundo o IBGE.
A agricultora Izilda Pasquali Bandeira, 78 anos, teve seis; Realina Ana Lise Andreazza, 82, nove. Ambas vivem em Santa Lúcia do Piaí, distrito situado a 30 quilômetros do centro de Caxias e mantêm quase o mesmo ritmo da juventude.
O segredo da longevidade? Trabalho pesado e fé para se resignar com o cotidiano.
- De trabalhar a gente não morre - afirma Izilda.
- Não se pode deixar de trabalhar, isso sim! - completa Realina.
Homenagem
Agricultoras simbolizam a força e a capacidade de reinvenção do feminino
Duas mulheres de Santa Lúcia do Piaí contam sua dedicação ao trabalho em casa e na roça
Tríssia Ordovás Sartori
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