A primeira incursão do diretor João Jardim pelo cinema ficcional retrata os últimos 19 dias de vida de Getúlio Vargas. O ex-presidente, que se suicidou em 1954, é interpretado por Tony Ramos. Jardim revela que gostaria muito que os gaúchos fossem ao cinema conhecer mais sobre a personalidade complexa do político de São Borja.
- Estamos falando de um filho da terra. É como se eu o tivesse trazendo de volta para casa - comentou o diretor, em Porto Alegre, onde divulgou o longa esta semana.
O filme estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, justamente quando é comemorado o emblemático Dia dos Trabalhadores.
Confira a entrevista que João Jardim concedeu ao Pioneiro:
Pioneiro: O que mais te fascina no personagem Getúlio Vargas?
João Jardim: Primeiro é o entendimento que ele tem do Brasil, acho que isso permite que a história seja tão atual. Mas do ponto de vista de fazer o filme, acho que o que mais me fascinou foi estudar a personalidade dele fantástica, que me ensinou muitas coisas. A possibilidade de estar fazendo um filme sobre alguém que te ensina muita coisa é sempre instigante né. O Getúlio é um cara de grandes atos, ele tem um lado negativo, um positivo, você aprende muito com isso.
Qual a tua cena preferida do Tony Ramos?
Jardim: Acho que situações dele com a Alzira Vargas, o Tony e a Drica fizeram uma dupla linda, e a reunião ministerial na qual ele opta por tirar uma licença, acho que tem um desenho lindo ali.
Você acha que o brasileiro gosta de política? Isso pode influenciar na procura pelo filme?
Jardim: A ideia é justamente fazer com que os brasileiros reflitam mais sobre política. As pessoas em geral não têm interesse em política (...), mas é importante que a gente entenda que a política é muito relevante na vida de todo mundo, tem que participar, não adianta só votar. O filme tem duas coisas: uma vontade de falar do Brasil, mais a vontade de fazer um filme bom, tive que tirar tudo que é aula de história e deixar limpo. Cinema é diversão, mas não quer dizer que a diversão não possa te enriquecer.
Personagem histórico
Com 'Getúlio', João Jardim quer incentivar o interesse dos brasileiros na política
Filme estreia nos cinemas de Caxias nesta quinta
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