
O lançamento do filme 'Somos Tão Jovens', sobre a Legião Urbana, reacende a paixão de fãs da banda pelo país todo. Em Caxias, também existem histórias de pessoas que viveram parte da sua vida ouvindo as músicas de Renato Russo. Uma delas é a do DJ Jaime Rocha, 50 anos, que chegou a conhecer a banda.
Na noite de 28 de maio de 1994, após assistir ao show da Legião Urbana no Gigantinho, teve um breve contato com os músicos no hotel onde se hospedavam:
- Fui acompanhando o pessoal da produção, que eu conhecia. Não falei com o Renato, que ficou isolado em um canto conversando com umas pessoas. Ele era muito reservado. Falei com o baterista, o Bonfá, sobre como tinha sido o show, e com o Dado Villa-Lobos (guitarrista).
Daquele dia especial, Jaime guarda uma relíquia: o ingresso da última vez em que a banda tocou no Estado, com o autógrafo dos três músicos no verso. Para o DJ, sem Legião Urbana, o rock brazuca e a música nacional estão muito carentes:
- Hoje há muito apelo sexual, funk, sertanejo. As músicas da Legião tinham conteúdo político, algo a dizer. Estou na expectativa de ver os filmes para conhecer um pouco mais da vida de um grande ídolo, de entrar um pouco mais na sua intimidade.
Outro DJ caxiense, o ex-produtor de shows Luiz Carlos Ferronato, 58, conta que estava na produção da apresentação que a banda faria em Caxias do Sul em 1986:
- Eles fariam uma excursão pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas o show de Caxias não saiu, porque o Renato Russo teve um problema de garganta. Como eu conhecia os patrocinadores da turnê, fui com eles para Santa Catarina. O Renato Russo era extremamente introvertido, antissocial, não falava e ficava no fundo do ônibus, comendo chocolate depois dos shows. Agora, verei os filmes, porque ele tinha a riqueza de dizer a verdade e tratar as relações humanas com muita clareza em suas músicas.
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